PRESIDENTE DA APPAGESP DEFENDE IMPORTÂNCIA DE PÁTIOS
Desde o início ano, associação alerta para os riscos de um modelo de licitação feche empresas e afaste usuários dos serviços de guarda e remoção de veículos
O presidente da Appagesp (Associação de Pátios e Guinchos do Estado de São Paulo), Fernando Carvalho, fez um alerta sobre o risco de precarização do serviço de remoção e guarda de veículos prestado aos paulistas. Segundo ele, um dos aspectos mais preocupantes da proposta PPP (Parceria Público-Privada), nos moldes que o Estado pretende adotar, é o distanciamento entre os pátios e os usuários. A preocupação é com o fechamento das empresas, antes permissionárias, e redução dos pontos de guarda de veículos.
Ele destaca que a organização do sistema é necessária, porém deve levar em consideração as centenas de empresas idôneas, que atualmente contribuem para a segurança do tráfego nas ruas, abrindo os portões de seus pátios. O presidente defende a organização do sistema em uma moderna rede de empresas, juridicamente habilitadas, tecnicamente preparadas e confiáveis para continuar em operação.
“Não temos dúvidas de que a desorganização favorece más condutas, reduz a transparência e tira do governo as condições de fiscalização. O setor lida com o patrimônio da população e tem que ser fiscalizado. Mas, por outro lado, não achamos que um modelo de licitação que entregue todo esse sistema a uma única empresa, que será uma gigante do setor de logística, irá resolver”, contrapôs Fernando Carvalho.
Ele disse ainda que há o risco da divisão do Estado em lotes, fazendo com que apenas algumas cidades polos contem com pátios. Dessa forma, as populações de municípios de pequeno e médio porte terão que se deslocar até os grandes centros para resgate de veículos, em caso de apreensão.
Além disso, o dirigente alerta ainda que, assim como ocorre com as grandes corporações, empresas de grande porte que operam sistemas em rede raramente se identificam com as populações regionais, só visam lucros e seus atendimentos se resumem a centrais de 0800.
“O consumidor já é vítima da telefonia, das grandes concessionárias de pedágios e de outras empresas que atendem muito mal quem precisa dos serviços. Se o setor de pátios tiver licitação única para substituir quem está atualmente em licitação, muita coisa mudará e poderá mudar para pior”, alerta Carvalho.
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