O superintendente da SAE (Superintendência de Água e Esgoto de Ourinhos) esteve na última segunda-feira, 17/11, na tribuna da Câmara Municipal a convite dos vereadores para falar sobre o trabalho realizado pela autarquia.
Entre os assuntos abordados estiveram a falta de água em alguns pontos do município, como por exemplo, a parte alta da cidade (Vila Margarida e Nova Ourinhos) e CDHU e Vila Brasil, a contratação de mais encanadores e a construção de uma usina de asfalto para que os serviços de reparo de tubulações rompidas e o tapamento dos buracos deixados devido a realização destes consertos sejam executados com maior velocidade. Também pautaram a discussão os investimentos da autarquia, como a construção de uma usina de reciclagem, de uma estação de tratamento de esgoto e de mais dois reservatórios (Jardim das Paineiras e Jardim Diamante) e os estudos para a captação de água através do Rio Paranapanema. 
Inicialmente o vereador Edvaldo Lúcio Abel "Vadinho" exibiu um vídeo editado, gravado em 2010, onde o superintendente em sua última visita à Casa de Leis começa a explicar que não haverá mais falta de água na cidade em razão de um problema pontual, hoje já resolvido, de captação de água no Rio Pardo. 
O vídeo não foi exibido até o final, mas Haroldo esclareceu que gostaria que a gravação fosse mais adiante, pois ele continuava a explicar que em 2010 ocorreu a falta de água porque houve uma enchente, mas que a SAE naquele momento já estava tomando providências e adquirindo bombas para que independentemente do rio Pardo estar cheio ou baixo não faltaria mais água em Ourinhos. "Eu disse na sequência da gravação (a qual foi suprimida na edição) que por esse motivo não faltaria mais água aqui em Ourinhos e posso garantir ao senhor (vereador Vadinho), que daquela época, há quase 5 anos, por esse motivo não faltou mais água em Ourinhos. Hoje nós temos todo tipo de bomba para quando rio está cheio e quando o rio está baixo. Nós temos condições de captar mais água do rio Pardo do que a nossa estação de tratamento comporta". 
O vereador Alexandre Dauage "Zoio" indagou sobre as eventuais falta de água na Vila Margarida e Jardim Paulista, tapa buracos e destinação de resíduos sólidos.
Haroldo informou que a construção do poço no Jardim dos Diamantes irá amenizar o problema de falta de água da parte alta da cidade. Quanto a rapidez no serviço de tapa buracos após os reparos nas tubulações, destacou que a contratação de mais encanadores, a compra de um caminhão maior para transporte de mais funcionários e a construção de uma usina de asfalto irá agilizar o trabalho. A respeito dos resíduos sólidos esclareceu: "Nós não começamos a construir ainda a usina de reciclagem por que precisamos da licença da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Devido ao nosso aeroporto, não podemos construir nenhum tipo de aterro sanitário em um raio de 20 Km (o terreno adequado e que está prevista a construção fica próximo ao aeroporto). Se eles não derem a licença teremos que procurar outro lugar. A usina será toda coberta, não haverá lixo exposto e eu não sei por que não aprovam". 
O vereador Antônio Carlos Mazetti "Tico da Boa Esperança" perguntou sobre a cobrança da coleta diária que passou para alternada (três dias na semana). Haroldo explicou que "o que se paga hoje (coleta diária) em relação ao lixo é referente ao que foi coletado no ano passado. Portanto, o que será pago em 2015 é o que já foi coletado em 2014". 
Para o vereador Alexandre Florêncio Dias "Alexandre Enfermeiro" não existe melhor administrador para a SAE em Ourinhos. Ele reconheceu a boa a gestão realizada por Haroldo e destacou os investimentos de quase 14 milhões previstos e realizados com recursos da própria autarquia. "Peguei esta pasta aqui com todos os investimentos referentes a quase R$ 14 milhões. A gente sabe que a cidade cresceu e continua crescendo. Vem chegando novos loteamentos, novas casas e há a necessidade de investimentos". 
Preocupado com as famílias carentes que tem a água cortada por falta de pagamento, o vereador Flávio Luiz Ambrozim "Flavinho do Açougue" perguntou se há uma forma de ajudá-las, pois em algumas delas também há pessoas doentes que precisam do serviço. 
A SAE também realiza um papel social. "Quando essas pessoas procuram a SAE as nossas assistentes sociais vão até a casa delas, analisam a situação, religam a água e parcelamos a dívida se for possível. Às vezes até ficamos um tempo sem cobrar quando é constatado que o caso é grave, como problemas com pessoas doentes, falta de emprego, etc. A gente vê caso a caso. Nós já pensamos em criar em Ourinhos a tarifa social, mas a nossa água é tão barata que a gente optou por analisar caso a caso e tem dado certo", enfatizou o superintendente. 
Funcionário de carreira, com 40 anos de serviços prestados, Haroldo está no comando da SAE há 10 anos. Ele destacou que muitos prefeitos deixaram de fazer o que era preciso por muito tempo e que agora as coisas estão nos trilhos. "Quando assumi, a Superintendência tinha dívidas e foi necessário colocar a casa em ordem", pontuou. 
A perfuração de um poço custa em média R$ 1 milhão. Há pouco mais de 20 anos foi perfurado um poço no centro da cidade, no terreno onde está localizada a SAE. O vereador Aparecido Luiz "Cido do Sindicato" lembrou o altíssimo valor pago a empresa que realizou o serviço, aproximadamente R$ 100 mil mensais durante 20 anos, totalizando quase R$ 15 milhões. 
O vereador Dr. Salim Mattar reavivou a memória dos mais antigos e informou os que eram muito jovens para saber dos problemas enfrentados pela SAE no passado, época poderia até ter sido transferida para a SABESP. "A SAE teve más gestões e teve prejuízos. Nós já tivemos gestores que levaram a SAE a um estado de calamidade. Foi uma luta nesta Casa naquela época. Mas hoje vivemos uma realidade distinta. A SAE tinha uma taxa de água ínfima e teve grandes prejuízos. A SAE teve más gestões e teve grandes prejuízos. A SAE nunca teve saldo em banco. Nunca teve! E por um período muito longo. Porque teve grandes prejuízos. A SAE não sabia se era social ou antissocial porque não tinha regulamentos com precisão de administração, de gestão absoluta. Nós acompanhamos isso. Nós vivemos isso. Nós sabemos quais eram as grandes dificuldades da SAE. Tivemos maus gestores na SAE. Gestores que levaram a SAE a uma situação de calamidade", lembrou. 
Continuando, o vereador enalteceu a competente gestão realizada na superintendência nos últimos 10 anos e falou diretamente a Haroldo. "Hoje nós vivemos uma coisa distinta e eu tive o prazer de conversar com você em uma oportunidade em que levei a ideia de que nós precisaríamos, objetivamente, em nível de meio ambiente, resolvermos o problema do saneamento básico. E eu tive o prazer de ouvir que você faria esse trabalho. Eu ainda lhe perguntei por onde e quais seriam as vias de financiamento e você disse: Vou fazer isso com recursos próprios. Você teve a ideia e a perseverança de fazer um capital na SAE que jamais foi alcançado, com a única finalidade de trazer um benefício de altíssima qualidade para a saúde do cidadão. Então Haroldo eu quero dizer a você que estou satisfeito e alegre por saber que você tem 14 milhões no caixa. Por que a SAE nunca teve caixa, nunca pôde falar por si. A SAE não precisou onerar os bolsos do cidadãos para fazer caixa. Todas as taxas sempre estão nos seus limites. A SAE nunca cobrou um adicional para fazer capital. E os compromissos da SAE aumentaram. O serviço do lixo hoje é oneroso. São R$ 80 mil só para fazer a reciclagem. R$ 400 mil mensais para cuidar de todo o lixo", destacou. 
Dr. Salim também lembrou que "A maior obra que a SAE pode fazer é a estação de tratamento de esgoto. Ele é urgente e especial". 
Completando a fala do vereador, Haroldo confirmou que já foi assinado convênio com a Caixa Econômica Federal e em janeiro de 2015 a construção da primeira estação de tratamento de esgoto de Ourinhos deverá ser iniciada.

Ag&e