O MUNDO AO AVESSO

assessoria 07/01/2013 - 19:25:03 Artigos

O aumento do número de divórcios não pode ser explicado apenas pela emenda constitucional nº 66, que facilitou a dissolução do laço conjugal.

Por: Carlos Henrique Teixeira

O aumento do número de divórcios não pode ser explicado apenas pela emenda constitucional nº 66, que facilitou a dissolução do laço conjugal. Na verdade, a legislação apenas se modernizou em relação a um fenômeno social que há muito tempo vem ocorrendo.

No Brasil, a cada cem casamentos, 45 desfizeram-se no ano de 2011, ao mesmo tempo que vimos crescer o número de famílias sendo chefiadas por mulheres ou mesmo constituídas por pessoas do mesmo sexo. Uma mudança espantosa nesta instituição que é considerada por alguns como célula da sociedade.

De fato, o que se nota é uma relativização crescente de todas as relações como marido-mulher, professor-aluno, chefe-empregado, clero-leigos, pais-filhos... Casar não é mais um projeto para a vida toda, nem a profissão e nem a religião. Os trabalhadores trocam de empregos como quem troca de roupa muito facilmente, assim como as pessoas frequentam diversas religiões ao mesmo tempo, os partidos políticos perdem sua identidade histórica, o professor e os pais são substituídos pelo formador de opinião midiático, homens mudam de sexo; o futuro não importa mais, o que importa é viver o presente intensamente, com toda sua fugacidade.

Outra pesquisa do IBGE que comprova este movimento de vulgarização das relações ideológicas e sociais versa sobre o aumento do número de evangélicos. Tal pesquisa mostra que a maioria deles frequenta duas ou mais instituições, cada qual escolhendo o que agrada mais neste mercado de seitas religiosas. Como ‘pulam de galho em galho’, é óbvio concluir que não se agregam em torno de um projeto teológico e político comum; talvez seja esse um dos motivos pelos quais Russomano não tenha conseguido eleger-se.

Se este fenômeno moderno, ou pós-moderno como querem alguns, é bom ou é ruim, só o futuro dirá, este futuro que há tempos não faz mais parte das preocupações de homens e mulheres.

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