“Cultura sem inclusão social é cultura para minorias”, pondera o Secretário Municipal de Cultura

A administração da Prefeita Belkis Fernandes ainda não completou um mês, mas dá sinais de que mesmo sendo um governo de continuidade terá uma cara própria. Na área da Cultura, por exemplo, o novo secretário da pasta, o músico e jornalista Fernando Henrique Mella Ribeiro, o Fernando Cavezali, propõe a manutenção das boas iniciativas realizadas nos últimos anos, mas sinaliza para uma mudança de enfoque em sua gestão.
Para Cavezali, é possível desenvolver uma política cultural de vanguarda e com qualidade, sem deixar de contemplar o que chama de “inclusão sócio-cultural”. O novo secretário da Cultura revela que pretende adotar ações que interajam diretamente nos bairros, sobretudo nos mais periféricos. “A cultura, de forma geral, pode agregar valor à vida das pessoas, criando novas perspectivas e promovendo qualidade de vida presente e futura”, avalia.
A primeira iniciativa da Secretaria da Cultura nesse sentido, e atendendo a orientação da Prefeita Belkis de que haja sinergia entre as diversas pastas do seu Governo, é uma parceria com a Secretaria de Assistência Social. “Pretendemos utilizar as instalações dos quatro CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) localizados nos quatro extremos da cidade, com o apoio técnico dos profissionais da Secretaria de Assistência Social, para abrigar projetos formatados não somente para a capacitação artístico-cultural, mas para incluir o maior número de crianças, adolescentes e jovens no caminho da cidadania através da Cultura”, adianta Cavezali.
Uma reunião realizada na semana passada com a secretária Maria Aparecida Finotti de Oliveira, a Cidinha, e integrantes das duas secretarias, deu o primeiro passo nesse rumo. “A secretária Cidinha e sua equipe demonstraram total disponibilidade e interesse para essa associação de esforços, até porque o objetivo final é o mesmo, a promoção social”, diz o secretário da Cultura.
A Secretaria de Assistência Social promoveu no passado algumas ações nesses moldes, ainda que isoladas e por sua própria iniciativa. Agora, a Secretaria da Cultura vai abraçar a causa e sistematizar projetos culturais utilizando esses postos sociais localizados estrategicamente próximos às áreas da cidade com maior vulnerabilidade e riscos no campo social.
“Temos nas mãos a estrutura, os recursos financeiros – poucos ou não - e o conhecimento técnico de duas secretarias de governo. Portanto, totais condições para desenvolver uma política cultural que, como diz a prefeita Belkis, chegue aos nossos jovens antes das drogas e de outros males sociais”, destaca o Secretário.
Na visão da Prefeita e de Cavezali, Ourinhos conta com equipamentos culturais importantes, mas é preciso também sair desses espaços para dar conta da demanda que eles entendem ser reprimida. “Cultura sem inclusão social é cultura para minorias, não adianta promovermos a estética e o conteúdo artísticos em belos espaços culturais se a maioria da população ficar do lado de fora”, finaliza o Secretário.