Por: Vitor Oshiro/ JC NET Bauru

Vítima tem 3 anos e suspeita foi levantada pela avó; exame preliminar aponta ‘manipulação genital e/ou conjunção carnal’

Mais um caso assustador de violência sexual contra criança foi denunciado em Bauru. A Polícia Civil, por meio da delegacia de Defesa da Mulher (DDM), apura o caso de um estupro que teria ocorrido dentro de uma escola municipal da cidade. A vítima seria uma garota de apenas 3 anos e o suposto abuso foi descoberto pela avó. Laudo preliminar reforça a denúncia. A avó da vítima, uma mulher de 57 anos, procurou o Plantão da Polícia Civil informando que, anteontem, foi buscar a criança na escola e começou a suspeitar da situação. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), logo que ela chegou, a menina abaixou a calça para mostrar seu órgão genital. Sem entender a atitude, a mulher levou a criança para casa. Porém, na hora em que foi dar banho na menina, notou marcas de sangue na calcinha. Foi então que resolveu procurar a polícia para fazer a denúncia do suposto estupro. “Nós estamos revoltados. A médica que está cuidando da minha filha ainda não está acreditando em como isso pode ter acontecido com a minha filha”, disse a mãe da criança. Os nomes dos familiares foram preservados justamente para não expor a identidade da menina. A mesma conduta foi adotada pelo JC em relação à escola, uma vez que o caso ainda está sob investigação. Ainda segundo a mãe, a criança já teria tomado as primeiras injeções contra infecção, além de dar início a um tratamento com coquetéis contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Ela também deve passar por tratamento psicológico. Vale destacar que, de acordo com o BO, em nenhum momento, mesmo quando foi questionada pela avó, a criança verbalizou ter sofrido qualquer abuso.

EXAME

Após a denúncia, a menina foi encaminhada para a Maternidade Santa Isabel, onde foi submetida a exames periciais. A reportagem do JC teve acesso ao laudo, que, preliminarmente, reforça às suspeitas da avó da criança. No laudo, o médico aponta a existência de “manipulação genital e/ou conjunção carnal”. Outro laudo será elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Bauru. Esse exame deve apontar se houve contato com sêmen ou não. Isso é fundamental para, além de constatar ou descartar o abuso, definir se foi praticado mesmo por uma pessoa de sexo masculino. Contudo, o resultado deve ficar pronto somente dentro de 10 dias. A titular da DDM, Priscila Alferes, afirma que vai ouvir os envolvidos. “Um inquérito foi aberto e, como a menina não verbalizou o abuso, iremos ouvir os familiares e os funcionários da escola para apurar o caso”. Ela explica ainda que, paralelo aos depoimentos, encaminhará uma equipe da DDM para procurar pistas na própria escola. “Iremos ver se há câmera de segurança ou qualquer outro ponto que possa nos ajudar”, complementa a delegada.

DIRETORIA NÃO FOI INFORMADA DO CASO

Em nota, a Secretaria Municipal da Educação informou que não recebeu nenhum comunicado oficial. Alega ainda que o fato não foi comunicado previamente a nenhum membro da direção ou dos demais setores da escola. “Assim sendo, a equipe de supervisão do Departamento de Educação infantil dirigiu-se à escola citada pelo documento onde constatou que até o momento não houve nenhuma manifestação por parte dos responsáveis pela criança envolvida junto à direção”. A nota aponta ainda que foram feitas tentativas de conversar com os parentes da criança, contudo, ninguém foi localizado para comparecer à unidade escolar para os devidos esclarecimentos. Mesmo assim, a pasta aponta que, ao saber das denúncias informalmente, foi até a Polícia Civil, onde pediu acesso ao BO registrado.