“BETÃO CARVALHO” E SUAS MONTESAS (PRA MATAR A SAUDADE)

assessoria 16/05/2013 - 20:21:30 Artigos

QUEM CONHECE O “BETÃO” ATUAL SECRETÁRIO DE OBRAS DO GOVERNO BELKIS VAI LEMBRAR DO TEMPO DA GINCANA PROMOVIDA PELA “PANEMA VEÍCULOS” NO PÁTIO DO ANTIGO LAVACAR DO XUXA. VAI LEMRAR TAMBÉM QUANDO “BETÃO” DA FLORICULTURA APARECEU COM DUAS MOTOS “MONTESA” EM OURINHOS.

ESTA É A HISTÓRIA DAS MOTOS MONTESA NO BRASIL QUE O “BETÃO” TROUXE PARA NOSSA CIDADE.

Me lembro ainda como se fosse hoje, o ano era 1982 e eu na porta do colégio vi chegar pela rua uma moto amarela e branca muito alta com pneus de cravos que fazia um barulho lindo, metálico e forte. Não me lembro quem estava em cima dela, mas daquela imagem e do nome da moto eu nunca mais me esqueci: MONTESA. Aquela maravilha era uma 250 H6, irmã menor da 360, moto específica para Trail/Enduro super profissional fabricada na Espanha e um dos ícones do fora-de-estrada reconhecida até os dias de hoje. Na época o Trail aqui no Brasil ainda engatinhava e começava a ganhar mais impulso com o Enduro da Independência e o lançamento pela Yamaha e Honda, de modelos mais voltados para as aventuras na terra. Eram as DTs 180, XLs 250, TTs 125 e até CGs e RX 180 com kits de preparação que reinavam absolutas pelas trilhas, mas compará-las com uma Montesa era covardia.

No início de 1981 uma empresa de Curitiba chamada IBRAMOTO iniciou a importação dos modelos Enduro 250 e 360 H6 da Montesa de um grande lote de motocicletas modelo 79 que estava encalhado nos depósitos da fábrica Espanhola devido a uma grande crise financeira que a empresa atravessava devido à concorrência dos fabricantes japoneses que ofereciam ao mercado Europeu em geral, produtos muito mais desenvolvidos tecnologicamente e a preços bem mais acessíveis.

Foi desta forma que a Ibramoto viu a oportunidade de iniciar a importação de alguns modelos, e logicamente "faturar algum".
Bem, na época a legislação Brasileira exigia que todo produto importado deveria ter um índice de nacionalização que com o passar do tempo deveria ser mais e mais ampliado até que o produto antes totalmente gringo se tornasse 100% nacional.

As Montesa entraram de 81 a 83 no País, sendo que em 83 outros modelos como as Cappra 250 VG (modelo específico para Motocross) também chegaram até nós. Este moto dominou o cenário do cross nacional na época pois era a única máquina profissional e importada disponível no mercado. Este foi também o último modelo cross fabricado pela Montesa. O Fausto Macieira chegou a comprar uma prá ele na antiga Brastel, uma loja de departamentos no Rio de Janeiro!

Na busca pela nacionalização de componentes para se adequar a legislação a Ibramoto conseguiu produzir algumas peças de reposição, tais como: páralamas, tampas laterais, suportes de banco, cabos, lonas de freio, guidões, comutador de luzes, lanternas, faróis, etc. Tudo o que pode ser reproduzido o foi, mas sem a preocupação necessárias com a qualidade, mas sim, apenas com a adequação e a necessidade que permitisse importar mais um lote de motos e assim foi até que não mais conseguiram aumentar o índice de nacionalização e por mais incrível que possa parecer, simplismente interromperam o processo de importação.
Vários outros modelos também foram trazidos juntamente com as Enduro. Chegaram até nós também as lengendárias COTA 348, motos para Trial. Durante o tempo em que era a raínha das trilhas e das pistas as Montesas se mostraram máquinas robustas e confiáveis e quem quisesse ter uma teria que desenbolsar uma boa grana, já que o preço se equiparava a uma Honda CB 400, uma moto considerada bem cara para os padrões brasileiros naqueles dias. Desta forma, os felizes proprietários de uma Montesa, sem saber, se tornavam ao comprar as suas motos, reféns do sistema do importador, já que até pistões originais da moto da marca Mahle eram quase impossiveis de serem adquiridos. A péssima qualidade de nossa gasolina detonou muitos motores e a inexistência e o preços exorbitante de peças de reposição, decretaram o fim das Montesas no Brasil. O controle acionário da Montesa na Espanha foi assumido efetivamente pela Honda em 1986. Outras empresas Espanholas passaram por dificuldades como a Montesa, sendo que algumas continuaram após terem conseguido sair do buraco negro em que estavam, e outras não. São elas: Ossa, Bultaco, Sanglas, Derbi etc. A Montesa continua sendo uma marca forte no mercado mundial, e acabou de sagrar-se campeã do mundial de Trial pelas mãos de Dougie Lampkim. Creio que deve ser o terceiro ou quarto título dele com a Montesa. O modelo Montesa/HRC RTL 315 é considerada a moto de trial mais evoluída do mercado. A Montesa detém os seguintes títulos mundiais de trial com a COTA : Mundial Outdoor 80, 96, 00,01, 02 - Indoor: 00, 01. Já no Enduro, são inúmeros os títulos da Montesa pelo mundo todo sem esquecer que a marca também foi por várias vezes campeã Espanhola e medalha de Ouro no Six Days com o piloto Carlos Más.

Este texto foi escrito com a colaboração da maior autoridade em Montesas no Brasil, Rodolfo Castro, natural de Cataguases-MG residindo atualmente em Belém-PA que é gente da melhor qualidade e o maior expert no assunto. Rodolfo mantém um site na web que é acessado por gente do mundo inteiro, inclusive da própria Espanha, pois compilou informações, publicações, fotos, manuais, e tudo que é relacionado com Montesa. www.montesamotos.com.br
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A você Rodolfo, nossos agradecimentos e admiração.

Synval Turnes

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