AMOR PROIBIDO

Nadir Ferreira da Silva 13/01/2011 - 12:20:47 Artigos

Aos 3 anos residíamos em Sorocaba, eu, dois irmãos, papai e mamãe. Papai era funcionário público. Também morava na mesma cidade meu tio, irmão de papai, o qual além da tia tinha dois filhos, um com 7 anos e o outro com 3 também. Nossa residência era próxima, razão disso convivíamos o dia todo brincando, eu meus irmãos e os primos. Coisas de criança, eu com 3 anos sempre tinha preferência e com isso brincava mais com o Samuel, o primo de 7 anos, pois percebia que ele tinha por mim muita ternura e paciência, sentimentos estes que na minha idade sentia plenamente segura quando estava a seu lado. Decorrido um ano, eu com agora com 4 anos, meu tio resolveu se transferir para a Argentina, pois seu ramo de negócio lá no momento oferecia mais vantagem e campo de trabalho. Quando foram embora senti um vazio, pois com a ausência do primo minha vida ficou um pouco sem sentido. Procurava a todos os meios preencher aquela seqüela, porém, sua falta foi para mim muito sofrida. O tempo passou, isto decorreu aproximadamente 10 anos, um dia meu tio veio nós fazer uma visita... Na época eu com 13 anos e o primo Samuel com 17 anos. A estada do tio em casa demorou mais ou menos 20 dias junto a nós. Eu e meu primo sempre juntos, passeávamos, íamos visitar alguns colegas meus, lá, logo apresentava aquele belo rapaz e com isso nossa convivência foi ficando cada vez mais intima ate que um dia ele chegou até a mim e falou: “Prima estou sentindo algo a mais em nossa amizade”, diante disso eu também disse a ele que já percebia essa ligação e atração por ele há muito, e inclusive penso muito quando você for embora, ficara um vácuo enorme pela falta de tua presença junto a mim. Diante daquela declaração nossos gestos foram mais assíduos que até a ser notado pelos pais. Diante da situação, usando de suas autoridades falou os velhos: “Cuidado, pois a união de primos geralmente traz sérios perigos de filhos defeituosos”. Diante dessa conversas dos velhos ficamos proibidos de continuar ao namoro que estava ali começando, atitude esta que obedecemos mais sofremos muito. Decorrido alguns dias partiram para a Argentina, só ficando a saudade e a dor... Decorrido uns 5 ou 7 anos meu pai recebeu um convite de que o Samuel iria se casar, convidando a nós para a cerimônia. Todos foram, eu fiquei não iria me sentir bem no ato do enlace, pois ainda nutria uma forte atração por ele. Logo a seguir também casei, meu esposo muito bom, educado, carinhoso, enfim, fazia tudo para fazer eu feliz. Demorei a engravidar, pois trabalhava fora e no momento um filho talvez interrompesse nosso projeto. Uma tarde, isto à alguns anos recebi um telefonema do Samuel, o qual relatou que havia se separado e estava livre e gostaria de terminar seus dias em minha companhia. De inicio relutei, pois hoje casada, e ainda estava grávida de 6 meses. Porém, aquele telefonema mexeu comigo, enfim, com todo o tempo de casado eu não sentia amor nenhum pelo meu marido. Somando os dois desejos resolvi abandonar tudo e ir para uma cidade longe e viver em companhia da pessoa que sempre me demonstrou muito amor.. Telefonei a ele e combinamos a nossa união, daí ele viria de carro e eu esperava em um local combinado. Sai de casa no momento em que meu marido trabalhava, lá fiquei no ponto marcado para sairmos da cidade. Decorrido umas 2 horas meu primo não apareceu, então pensei que algo teria acontecido e resolvi regressar para casa, dei uma desculpa ao marido que fui visitar uma colega que havia ganhado um bebê. Minha volta para casa foi providencial, pois dentro de 10 minutos o telefone tocou era meu pai muito nervoso disse: “Fique calma para não prejudicar o nenê, acabei de receber noticia de que teu primo sofreu um acidente e morreu entre as ferragens do veiculo” Disse obrigado ao pai, desliguei o telefone, abracei meu marido e disse “O meu Deus como amo esse homem..” “Deus escreve certo por linhas tortas”

Ourinhos janeiro 2011 Nadir Ferreira da Silva Pensador

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