PRESOS SÃO DECAPITADOS E TEM CORAÇÕES ARRANCADOS EM REBELIÃO

JC - Bauru 16/07/2013 - 08:30:42 Noticias

16/07/13 05:00 - Regional Fonte e Fotos: JC Bauru

Corações chegaram a ser arrancados por outros detentos que iniciaram motim; familiares foram feitos reféns.

Dois presos foram decapitados e tiveram os corações arrancados durante uma rebelião na Penitenciária 1 de Itirapina (151 km de Bauru), que durou cerca de 22 horas. Os detentos tomaram a penitenciária com 68 familiares dentro (pelo menos dez crianças) na manhã deste domingo e só terminaram o motim na manhã desta segunda-feira. De acordo com os familiares, o motivo da rebelião foi a proibição de entrada durante a visita íntima dos presos de uma mulher de um detento.

“Vim no sábado (13), normalmente, e ontem (15), quando fui entrar, disseram que eu não podia”, afirmou a mulher, de 21 anos, que pediu para não ser identificada. Após o início da rebelião e as mortes, ela foi autorizada a entrar. Os presos fecharam o acesso ao pátio e às celas com colchões amarrados. Durante o protesto, dois presos foram mortos com golpes de estilete numa das celas. As cabeças e corações foram arrancados e jogados no pátio num latão para que a direção da penitenciária pudesse ver, relataram as mulheres de presos e agentes penitenciários.

“Não havia uma pauta específica de reivindicações. Eles tentaram pegar um agente penitenciário, mas não conseguiram. Com a chegada do Choque, decidiram pedir para as mulheres saírem e entregaram as armas”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Alfredo de Oliveira.

Colchões por cima

Os presos mortos foram acusados pelos demais detentos de serem informantes da polícia, afirmaram as mulheres dos detentos. “Não vimos eles serem mortos, só vimos depois os corpos. Depois, foram jogados colchões por cima, por causa das crianças”, afirmou Maria Barbosa dos Santos, de 36 anos, com a filha Vitória, de 2 anos, no colo. Por volta das 8h30 a PM entrou no presídio para ajudar na vistoria. Não foi preciso o uso de força pela polícia para invadir o pátio. Os presos decidiram entrar num acordo, afirmou o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários.

Pelo menos 75 presos envolvidos no motim foram transferidos para outras penitenciárias de manhã, depois que a Tropa de Choque havia deixado a unidade.

Facções

A P1 de Itirapina tem capacidade para 210 detentos e hoje tem 692 encarcerados.
Na unidade, estão presos que são impedidos de entrar nos presídios que são dominados por facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).A Secretaria de Administração Penitenciária do Estado divulgará uma nota oficial sobre o caso no fim da tarde.

Quem são?

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo divulgou na tarde os nomes dos dois presos mortos na rebelião de quase 22 horas na Penitenciária 1, de Itirapina. Flávio Roberto da Silva, de 32 anos, que cumpria pena de 16 anos por furto, e Antonio Washington de Souza, de 39 anos, com pena de 20 anos por roubo, foram os mortos durante a rebelião pelos demais detentos da unidade.

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