ATO IMPENSADO

Nadir Ferreira da Silva 10/02/2011 - 11:15:09 Artigos

Começou tudo quando tinha 16 anos, meu pai empregado de uma firma que construía barragens para posterior ser usina hidroelétrica. Freqüentando normalmente a escola, pois possuía 16 anos e cursava o 1º ano do 2º grau. Em casa era só eu de filha, pois outros dois irmãos mais velhos já haviam contraídos matrimônios. Éramos bastantes colegas, todos na mesma faixa etária, no colégio todos com freqüência normal, inclusive só existia a escola que freqüentávamos. Era uma sala mista, 32 alunos: 15 rapazes e 17 meninas. Como sempre no meio de todos sempre existe um que é mais atencioso, mais falante, “Jorge”, sempre que podia ficava mais tempo em nossa companhia. Essa atitude dele deferia dos demais, pois havia mais diálogo, daí as coisas foram acontecendo gradativamente, sua aproximação tornou-se constante. Essa maneira que ele cultivava, comecei a perceber de que ele demonstrava algumas particularidades sobre eu que também sentindo cortejada pela diferença, as coisas foram se evoluindo até chegar um ponto que nossa companhia era notada pelos demais colegas. Ao sair no final das aulas já saiamos juntos, como morávamos próximos sempre seguimos juntos ao retorno para casa. Ele começou a freqüentar minha casa, logo após a aula ficava conosco, tomava café, as vezes até fazia refeições em companhia de meus pais. Um dia papai disse-me: pelo jeito esse rapaz está gostando de você, também percebo que você está retribuindo suas intenções. Agora eu com 17 anos ele com 21 iniciou-se um namoro, pois suas atitudes agradavam muito meus pais. Ele morava no alojamento para solteiro, haja visto que sua família residia em outra cidade. Um dia a convite recebemos a visita de seus pais, os quais embora pessoas simples, mais bem educadas e com bons comportamentos, tributos estes que agradou meus pais. Seu serviço era administrar a segurança no trabalho, pois era possuidor do curso de técnico em segurança no trabalho. O tempo foi passando, nossos contatos foram cada vez mais assíduo, daí resolvemos ficar noivos, pois já existia maturidade suficiente para esse compromisso. Continuei meus estudos, conclui o 2º grau, ingressei-me na faculdade, cursei especialização em português, uma das matérias que mais gostava. Com 21 anos conclui a faculdade, ele agora com 24 anos, resolvemos contrair matrimônio. Pouco tempo estávamos casados, eu muito feliz, pois ele era um homem que ainda presenteava sua amada com flores, atitude está que muito me agradava. Encomendamos nosso filho, fruto daquele amor tão puro e sincero, daí esperava a chegada do Pedro, seu quarto todo decorado, pois ao chegar nós tínhamos o prazer de receber com muita dignidade. Os avós de ambos os lados também radiantes aguardavam inquietos a presença do neto, o qual viria preencher um espaço que .estava vazio. Parto normal, Pedro nasceu com 3,5 Kg, cheio de vida e saúde, tudo indicando que iria ter uma vida saudável. O serviço do Jorge era exclusivamente diurno razão disso mais tardar ás 18 horas já estava em casa, após o banho já fazia companhia ao menino, isto é ate ele adormecer, colocando no berço, daí seu repouso para o novo dia, Jorge sempre me dava muita atenção e carinho com dedicação, sentimentos estes que eu procurava retribuir com muita satisfação. Um dia ao chegar do trabalho notei que ele estava preocupado, nervoso, estranhando, pois nunca havia acontecido, perguntei: aconteceu algo que te aborreceu, pois hoje você está diferente... Respondeu-me: que nada havia acontecido e estava tudo bem, porém, aquela resposta não me convenceu isto conhecendo meu marido como conhecia. Passou, no dia seguinte foi trabalhar, estranhei, pois nem sequer despediu do filho, coisa que fazia todos os dias. No final daquele dia já demorou um pouco a mais para chegar em casa, indagado sobre a demora ele disse que estava conversando com alguns colegas e o tempo passou. Assim os dias seguintes foram se acentuando aquela mudança em meu marido, até que um dia ele chegou de madrugada. Diante dessa mudança me desesperei, cheguei até ele e exigi uma razão aplausível para aquela atitude estranha por parte dele, inclusive perguntei se algo em casa estava aborrecendo ele, pois se fosse coisa que eu tivesse condição poderia melhorar. Não há nada com você, acontece que estou bastante aborrecido da vida que estou levando, pois o casamento me fez muito bem, só que fiquei prisioneiro e com isso não tenho mais liberdade e isso esta me incomodando muito, inclusive as amizades que eu tinha todas se afastaram em virtude de eu ter assumido esse compromisso. Ainda fico pensando que a vida é tão pequena e com esses compromissos não tenho condições de curtir as boas coisas que existem ao nosso redor em função de estar prezo a essa nova vida. Estou pensando sinceramente, e estou chegando à seguinte conclusão de que o caminho correto será nós se divorciar, pois só assim reavemos novamente nossa liberdade e cada um estará livre para fazer o que achar melhor.Levei ao conhecimento de meus pais, estes inicialmente sofreram, afinal gostava muito do meu marido... Na semana seguinte já separamos, fomos dormir separados, meu filho agora com quatro meses de idade, inocente ficou a meu lado, alias não me separaria dele por nada, afinal é produto de um grande amor enquanto durou. Dias mais tarde Jorge pegou seus pertences e voltou a residir no alojamento destinado a solteiro. Embora a tristeza, minha vida continuou normal, pois em função do curso eu ministrava aulas na escola. Atualmente estou residindo com meus pais. Pois na minha ausência por trabalho, mamãe cuida do Pedro. De vez em quando algumas amigas vêm até mim e relata que o Jorge ultimamente está ingerindo bebidas alcoólicas em demasia, inclusive já viram ele dormindo na sarjeta. Essa noticia muito me aborrece, porém, foi escolha dele, a liberdade desejada.

Ourinhos fevereiro 2011 Nadir Ferreira da Silva

Email:nadirferreirasilva@hotmail.com


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