MINHA FILHA

Nadir Ferreira da Silva 27/03/2011 - 14:00:32 Artigos

Contraímos matrimônio, logo após o casamento resolvemos mudar para outra cidade maior, onde meu marido torneiro mecânico conseguisse serviço com mais facilidades, pois onde morávamos, cidade pequena, não havia indústria onde o Edison pudesse ganhar um pouco a mais. Senti falta de meus pais, porém, havia necessidade, alias era uma atitude justa aquela decisão. Logo a 1ª semana na nova morada Edison já conseguiu o emprego em uma grande retifica, salário bom, alugamos casa próxima e assim a vida corria normalmente, enfim, estávamos felizes. Nosso grande desejo era ter filho. Após um tempo tentando e não conseguindo engravidar, fui ao médico e ele recomendou alguns exames e receitou remédios a fim de facilitar a gravidez. Depois de seis meses de tratamento conseguimos realizar nosso sonho, daí era só esperar o tempo necessário para que nossa família tivesse mais um membro, tudo para nossa felicidade. Uma tarde após o trabalho Edison chegou nervoso em casa, pois para contenção de despesas a firma dispensou alguns empregados e entre eles estava meu marido. Procurei consolar mais ele estava muito abatido e triste, afinal era um homem responsável, pensando nos compromissos, o vicio venceu. Começou todas as tardes ir ao bar, lá ingerindo bebidas alcoólicas, ficava até altas horas, e ao chegar em casa, eu já deitada ele exigia que arrumasse o jantar, não importando minha gravidez, a qual estava no 4º mês. Com sacrifício atendia seu pedido, este parecia desconhecer minha situação. Essa arrogância perdurou por uns 90 dias. Como sempre chegava em casa embriagado, porém, um dia notou que eu estava chorando, ele se comoveu e perguntou o que estava acontecendo, daí relatei a ele que percebia que há 2 dias nosso filho não mais se movia e isto estava me preocupando, ouvindo isto foi arrumar o que comer e não me pediu nada. No dia seguinte fui ao médico, este após examinar exigiu exames para avaliar a causa daquela parada repentina da criança. Dois dias após retornei ao médico, este falou: vamos fazer mais alguns exames, só que não é normal a criança ficar inerte, pois pode até que já esteja morta no seu ventre. Aquelas palavras muito me abalou, em casa levei ao conhecimento do Edison, ele demonstrou muita tristeza, inclusive aquela noite não saiu. Estava deitada, quando ele veio ajoelhou na minha frente e começou a chorar, em sinal de consolo passei a mão em sua cabeça, nesse momento ele começou a passar sua mão na minha barrica, isto por um tempo, lamentando de que se acontecesse algo a culpa seria toda sua. Nesse instante Deus ouviu sua sincera atitude, daí percebi que o nenê começou a se mexer novamente, Edison também com sua mão na minha barriga falou ué...O nenê está mexendo!!! Aquela noite foi a mais feliz de minha vida, meu marido jurou não mais beber, nossa filha viva, só restava a agradecer a Deus pelo milagre que operou naquele instante. Logo de manhã o telefone tocou, era o patrão convocando para o trabalho, pois a crise já estava superada. Gabriela com 7 meses de gestação, hoje 3 anos. Para completar nossa felicidade, meus pais foi quem batizou a neta. “Obrigada minha filha”

Ourinhos fevereiro 2011 Nadir Ferreira da Silva
Email: nadirferreirasilva@hotmail.com
(Qualquer semelhança será mera coincidência)

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