DOENÇAS DO APARELHO URINÁRIO DE PEQUENOS ANIMAIS

Renato Saliba 18/05/2011 - 16:42:38 Artigos

Prezado Leitor,

As doenças da bexiga e dos rins são bastante frequentes nos cães e gatos. Estima-se que mais de metade deste grupo irá apresentar lesões renais a partir dos 10 anos de idade e que uma grande porcentagem virá sofrer com a insuficiência renal crônica (IRC). Os rins são responsáveis pela filtração do sangue, controle hidroeletrolítico e ácido básico, além de produzirem alguns hormônios. A IRC é uma condição clínica que ocorre a morte de pelo menos 75% das células renais e principais causas dessa condição são as glomerulonefrites de origem imunológica, amiloidose e nefro-angiosclerose. Os sinais clínicos associados a essa condição são o aumento da ingestão de água (polidipsia) e aumento do volume urinário (poliúria), seguidos dos distúrbios digestivos (vômitos e diarreia) e neurológicos (depressão, estupor e coma). O tratamento para esta doença baseia-se no manejo nutricional (controlar as quantidades de proteína e eletrólitos principalmente) além da fluidoterapia de apoio. Em alguns casos há a necessidade dos procedimentos de hemodiálise ou diálise peritoneal para os controle de resíduos tóxicos acumulados no organismo pela falha na filtração. Ao contrário da IRC que é provocada ao longo dos anos, a insuficiência renal aguda (IRA), como o próprio nome já diz, é uma condição clínica onde os rins subitamente param ou são insuficientes para continuar desenvolvendo suas funções. AS principais causas desta doença são os fatores isquêmicos (falta de circulação renal), infecciosos (leptospirose) e tóxicos. Os sinais clínicos associados são de início rápido onde vomito (muitas vezes com sangue), diarreia, prostração e falta de apetite estão inclusos. O tratamento é direcionado para a doença de base, ou seja, a resolução do que está afetando os rins, além do suporte básico para manter a vida do animal. Os cálculos (urólitos) urinários vesicais (se acumulam na bexiga) também são bastante comuns no decorrer da vida de cães e gatos. Basicamente, encontramos quatro tipos principais: os de fosfato, geralmente associados a uma infecção do trato urinário; os de urato (na maioria das vezes relacionado com doenças hepáticas); os de oxalato decorrentes de alterações metabólicas; e os de cistina, cuja ocorrência depende de predisposição hereditária. O tipo e a frequência dos cálculos podem variar conforme as raças (dálmatas são predispostos a cálculos de urato e daschshound ao de cistina). Os principais sinais relacionados com a presença de urólitos são a presença de sangue na urina (hematúria), dificuldade de urinar, retenção da urina, além de complicações infecciosas e renais. Uma condição bastante comum em machos é a obstrução uretral onde os cálculos não conseguem passar por certas zonas da uretra levando a obstrução total deste canal. O tratamento, dependendo do tipo, quantidade e tamanho dos cálculos pode ser cirúrgico ou clínico. O diagnóstico das doenças urinárias se faz através dos sinais clínicos, exame físico e exames complementares (exames de sangue, urina e de imagem).
Um grande abraço a todos

Prof. Esp. Renato Saliba
Cardiologista e Intensivista do Centro Médico Veterinário de Ourinhos (14) 3026 2337/(14) 9660 5966
Professor de Clínica Médica e Emergência da Faculdade de Medicina Veterinária Roque Quagliato/FIO/FEMM.

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