MORRE ZEZZAROPI, O ÍCONE DA MUSICA CAIPIRA EM OURINHOS

WWW.REPORTERNARUA.COM.BR 08/06/2011 - 18:32:13 Cidade

Ourinhos se despede de mais um ícone e defensor da musica caipira.
Luiz Alves de Souza, Luizito, Camperinho, o Zezzaropi. Começou no rádio ainda muito moço cantando musica sertaneja de raiz. Seu parceiro, o violão, sempre foi sua inspiração. No rádio deixou sua marca registrada. Em 1986 teve um programa numa das rádios locais nas manhãs de domingo. Mas sua marca mesmo, pela semelhança com seu mestre, era se caracterizar de Mazaropi. Passou a se intitular de Zezzaropi. Gravou cds, escreveu vários livretos de poemas com seus versos e prosas, o qual fazia questão que estivesse contido em seus cds. Declamava e nos emocionava. Nas cavalgadas da FAPI era o personagem mais esperado no palanque. Hoje nossa comunidade esta mais triste, mas confortados por sabermos que ganhamos para Deus o nosso Zezzaropi, que deixa saudades, saudades eternizada por esse sorriso, que nunca faltou em seu rosto. Vai com Deus nosso amigo Zezzaropi.

O Sepultamento será nesta quinta feira no períoda da manhã no cemitério municipal de Ourinhos

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DO ZEZZAROPI
POR: OVERMUNDO
O nome artístico não deixa dúvidas: Zezzaropi era o cover de Mazzaropi, o ator que fez sucesso como um caipira em produções a partir de 1950. Natural de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo, esse caipira real - com muito orgulho! - teve seu primeiro contato com o telão como operador de projetor de filmes na também paulista cidade de Ourinhos. Lá ficou frente a frente, pela primeira e única vez, com seu ídolo. Anos depois, veio o reconhecimento maior de seu trabalho. Zezzaropi era reconhecido pela família de Mazzaropi como o cover que mais fielmente representa esse grande ídolo caipira. Com o início das produções de Mazzaropi no Brasil, seu Luiz Alves de Souza viu seu mundo transportado para as telas de cinema. Mas ali o cotidiano de um "caipira" era retratado de forma singela e poética. Foi assim que Mazzaropi se tornou um ídolo para seu Luiz. Ele que já havia flertado com a arte por meio da música, descobriu um novo talento: a imitação. Nesse período Zezzaropi, ainda conhecido apenas por seu nome de batismo, teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o gênio da cultura caipira. "A cada filme lançado Mazzaropi fazia questão de fiscalizar as bilheterias, pois toda renda era utilizada para pagar o aluguel das máquinas da Companhia de Cinema Vera Cruz", conta. Numa visita ao cinema de Ourinhos, onde seu Luiz trabalhava, ele teve a oportunidade de ouvir causos contados no escurinho do cinema, com direito a drops de anis e pipoca, por aquele que já era referência em sua vida. A data seu Luiz não lembra mais: "Acho que foi pouco antes de eu casar".

NASCIMENTO DE ZEZZAROPI POR SR. LUIZ
Após esse encontro com Mazzaropi, nasceu Zezzaropi. Desde então ele imita o ator. "Gostaria de viver só disso, mas não dá. Faço apresentações esporádicas em Ourinhos e região e, às vezes, sou surpreendido com algum grande convite." A fala mansa e carregada no sotaque interiorano, a estatura mediana, a pele parda e todos os trejeitos de um bom caipira, característicos de seu Luiz, fizeram com que se assemelhasse ao comediante. "Quando me caracterizo como cover de Mazzaropi mudo minha maneira de ser, volto às raízes e passo a viver um caipira autêntico. É o meu eu original", diz ele, acrescentando que altera completamente a voz e o jeito de andar. "Sei que o Mazzaropi é inimitável, o que faço é uma tentativa de preservar a cultura caipira, quase esquecida nesse país com tantas raízes culturais diferentes." Em sua casa, seu Luiz, de 70 anos, mantém um pequeno arquivo de fotos, recortes de jornais, e reportagens sobre Mazzaropi. Também tem a coleção quase completa do "Jornal do Mazza", com datas e nomes dos filmes produzidos pelo ator entre 1952 e 1969. Relíquias preservadas em belas pastas encapadas com tecido de algodão cru, guardadas cuidadosamente num pequeno baú de carvalho. Até 1952, seu Luiz viveu na roça, no bairro de Três Barras, em Santa Cruz do Rio Pardo. Naquele ano, seu pai resolveu se mudar pra Ourinhos, para dar mais oportunidades aos filhos de aprenderem uma profissão. Na época, seu Luiz e um irmão formavam uma dupla sertaneja e foram convidados por Theodomiro Rossini - mais conhecido por Zé Godoy - para cantar pela primeira vez em uma rádio, a Rádio Clube de Ourinhos. O sucesso foi tanto que em pouco tempo surgiu um patrocinador que os levou até a extinta Rádio Difusora de Jacarezinho, no Paraná. Lá eles, batizados como os Cancioneiros do Norte Campeiro e Campeirinho, assinaram um contrato de três anos. Certo dia um grande circo chegou à região, trazendo duplas sertanejas famosas e o apresentador Comendador Biguá, da rádio Bandeirantes de São Paulo. A convite de Campeiro e Campeirinho, Biguá visitou o programa dominical que eles apresentavam na rádio local. A surpresa maior foi quando Biguá os convidou para fazer parte do programa "Brasil Caboclo", sucesso da Bandeirantes. Em pouco tempo, os irmãos migraram para a capital e faziam duas apresentações semanais na rádio. Após um ano de sucesso e com contrato para gravar, a dupla foi desfeita. Por quê? Seu Luiz diz não saber ao certo. De volta a Ourinhos, ele foi trabalhar como apresentador sertanejo em emissoras da região. Paralelamente, foi balconista, vigilante bancário, cobrador de ônibus... Em 1957, seu Luiz se casou e, um ano depois, após ter passado anos de sua mocidade em noitadas - entre uma música e outra, um gole e outro, e mulheres -, viu seu mundo desabar com o vício do alcoolismo. Um mundo de oportunidades jogado no lixo por 28 anos, segundo ele. Somente após os 65 anos, já longe do vício, passou a se dedicar integralmente à vida artística como compositor, palhaço e cover de Mazzaropi. Com as rédeas de sua vida de volta as suas mãos, Zezzaropi passou a se apresentar em canais de TV aberta (SBT, Rede Record) e a cabo. Uma das maiores emoções foi quando um produtor do programa Giro São Paulo, da TV TEM, afiliada da Rede Globo, o escolheu para represen

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