PROFESSORA DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA DENUNCIA BULLYING PROFISSIONAL EM OURINHOS

Renata Tiburcio 16/06/2011 - 09:57:41 Cidade

Por RENATA TIBURCIO

A professora de Educação Artística, Gizella Estevam Jardim, 32, disse que está sofrendo bullyng na escola onde trabalha. Apesar de devidamente diplomada e aprovada no teste seletivo promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Ourinhos, e lecionando há na EMEF Professora Jandira Lacerda Zanoni, alega que vem sofrendo pressão da direção do estabelecimento para deixar as salas de aulas. “No principio entrei para escola para substituir outra professora, dando aula para alunos da 7º e 8º serie, por um mês, logo em seguida fui atribuída para dar aulas para três 6º e duas 7º series, onde estou há dois meses”, explicou professora.

De acordo com Jardim, a justificativa da diretoria é que ela não ter perfil de professora do nível II, deixando a desejar. “Recentemente me obrigaram assinar uma advertência, por não ter controle perante os alunos, e na última segunda-feira, a coordenadora exigiu que fizesse uma declaração de defesa ou do contrario eu seria exonerada do cargo”, declarou Gizelli, que procurou pelos seus direitos e transcreveu uma declaração que diz o seguinte: “No que se refere à falta de clareza do conteúdo e das atividades propostas isso foi erroneamente observado em uma sala de aula que é extremamente indisciplinada, não somente comigo, mas também com os demais professores. Atualmente não mais estou nessas salas com maior indisciplina”, se defendeu.
Gizelli admitiu que as salas do 8º ano eram de difícil domínio, devido à falta de educação e respeito dos alunos, e desabafou “educação vem de casa. Nós, educadores, não temos que dar educação e sim conhecimentos, a própria direção não tem domínio, pois são constantes as brigas e desordens nos intervalos das aulas. Recentemente a vice-diretora foi agredida por um aluno, fato que foi registrado na delegacia”. Jardim.

Ao admitir a falta de domínio referente às turmas da 8º serie Gizelli diz estar sendo pressionada a abandonar as demais, pela justificativa que não está transmitindo o conteúdo pratico conforme o calendário escolar, “o que não é verdade, pois entreguei meu planejamento de aula o qual não fui comunicada se estava ou não dentro do contexto”, disse.

A reportagem teve acesso ao relatório de acompanhamento da ação docente, elaborado pela coordenadora de Arte, após acompanhar as aulas da professora durante os dias 19 e 02 de abril. O documento observa a dinâmica das aulas, apontando alguns aspectos positivos e outros que ainda precisavam ser melhorados. No final, o documento diz que a professora será acompanhada no decorrer do ano letivo, não tendo nenhum entendimento que não é capaz de ministrar aulas, como alegou a coordenação. “Antes mesmo de eu entregar minha declaração de defesa o corpo docente da escola me humilhou dizendo que não sou capacitada para dar aula e que ainda estava em tempo, de sair por minha conta, antes de ser exonerada perante todos, na reunião do conselho que vai acontecer na próxima quarta-feira onde vai ser exposto os que a direção alega sobre minha postura de professora”, concluiu chorando o desabafo Gizelli.

Bullying é um termo da língua inglesa que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O outro lado - Diante do desabafo, a equipe jornalística procurou pelo secretario de educação Professor Paulo Henriques Chixaro e Mercia Maria Gonçalves Neto Coordenadora de Ensino e Gestão da Secretaria que disseram que “a postura da Secretaria da Educação é bem clara e objetiva. Todos os professores da rede de ensino municipal sempre tiveram toda a liberdade se manifestar, já os coordenadores, diretores e supervisores têm por obrigação observar as praticas aplicadas pelos educadores, e destas anotações é normal que apareçam problemas, possibilidades de mudança e praticas não adequada. No caso da professora em questão dentre o tempo que está exercendo sua função, todos os esforços foram feitos para que ela aplicasse da melhor forma o seu conteúdo, este é o nosso trabalho” esclareceu Professor e Coordenadora.
Sobre o fato da direção pedir a exoneração da professora, como informou Gizelli, Chixaro explicou que toda escola existe um conselho composto por pais, filhos, educadores, e cabe a ele ouvir os dois lados em questão e inclusive ele é quem decide qual a melhor atitude. Posteriormente é encaminhado um relatório solicitando o afastamento caso o profissional seja efetivo, ou desligamento, caso o for adjunto, para o secretario para a palavra final. Concluiu Secretario da Educação.


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