ESTAÇÕES, VIAGENS E SAUDOSISMO.

Enizal Vieira da Silva 18/10/2010 - 11:18:22 Artigos

Recordações das estações ferroviárias de Ourinhos e Estação da Luz em São Paulo, que são encantos românticos e podem ilustrar filmes e novelas, para muitos foram reais, namoros e viagens após o casamento na chamada “lua de Mel”.
As minhas lembranças de infância foram marcadas pelos apitos do depósito e das locomotivas em Assis, também da minha primeira viagem até São Paulo, com minha mãe e pai, levamos mais de 14 horas até a Estação Julio Prestes, situada no centro de São Paulo. Em Ourinhos até os anos 80 circulavam pelo leito ferroviário a chamada "Maria Fumaça" para as manobras dos vagões. Mais aqui também circulavam os trens movidos a eletricidade. Na estação de trens na plataforma ferroviária os passageiros aguardavam para o embarque, um excelente luxo de conforto, com cabinas dormitórios, carro restaurante e vagões de primeira e segunda classe. Os ferroviários educados, atenciosos, prestavam as informações detalhadas aos passageiros dos horários e chegadas dos trens. Recordo de dois funcionários o José Claudinei Messias e Nilton Sampaio de Oliveira, conhecido "Niltinho da Vila São Luiz”. O Niltinho é alegre e brincalhão amigo de todos, seu compadre Valdete Lopes mais ainda, e diz “que até hoje ele não descobriu o motivo de ter trabalhado 30 anos batendo nas rodas dos vagões". Por que fazia isso? Com o final criminoso dos trens e a privatização da ferrovia, fica a melancolia dramática no aperto do coração de cada ferroviário, pela destruição das estações, casas, armazéns e trilhos, abandonados, esquecidos, marcam assim o triste fim de uma época romântica. Quem é o responsável pela destruição e sucateamento ferroviário?

Enizal Vieira da Silva - Diretor Secretário da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo - AOJESP

Foto: Segunda estação de Ourinhos, anos 50. Foto do acervo de José Carlos Neves Lopes, cedida por Antonio Rapette, de Ourinhos

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