Conforme já mencionei em outras mensagens, a ausência de meios de comunicação nos anos 50 era muito presente, televisão não existia, telefone: para se comunicar havia necessidade da intermediação da telefonista, onde o usuário fazia o pedido da necessidade de se comunicar, daí a funcionaria fazia as anotações do pedido e quando fosse concluído o solicitado está chamava o interessado para usar dos serviços telefônicos. Em muitos casos demorava até 6 horas para ser atendido... Trabalhando na ferrovia, meus colegas: Olavo, Odair e Oscarlino, também ferroviários, seu pai que exercia a função de fiscal de rendas do estado possuía um aparelho de comunicação “radio”, o único no lugarejo que morava mais ou menos 150 famílias. Na época um dos meios de comunicação era o “Morse”, telegrafo que existia nas estações, daí entre os serviços que a ferrovia dispunha para a população, também os de telegramas, os quais o solicitante escrevia o que havia de necessário e o telegrafista nas estações transmitia o conteúdo para seu destinatário. Na época o cantor Vicente Celestino no auge da carreira, com sua belíssima voz, interpretavam suas canções, “Ébrio”, “Coração Materno”, “Monaliza”. E tantas outras... Em São Paulo, na radio Record todas as 3ª feira , das 20 horas até as 21 horas havia o programa “ A voz do Cancioneiro” , onde se apresentava para seus fãs o cantor Vicente Celestino. Para os meus amigos com mais de 50 anos talvez venha recordar desse programa que era levado ao ar todos os dias e com diferentes cantores, todos da época, tais como: Francisco Alves, Adoniram Barbosa, Agostinho dos Santos, Cartola, Orlando Silva (O cantor das multidões). Anízio Silva e tantos outros. Nos como éramos fieis ao Celestino, procurava nunca perder seu programa. As reuniões na casa do velho Porfírio era rigorosamente no horário em que se ouvia o cantor. Nem sempre ouvia com nitidez, pois havia muito chiado no aparelho. Para se ouvir o silêncio no local tomava conta, daí melhorava a audição... Decorrido uns dois anos apareceram as primeiras televisões “Telefunk”, a pilha, onde conseguia sintonizar as emissoras pioneiras “Tupi” e “ Excelsior”, isto é em preto e branco. De lá para cá, a técnica foi se aperfeiçoando, hoje desfrutamos de bons meios de comunicação. Para nos saudosista, não deixamos de ter saudade dos bons tempos que se foram.

Ourinhos outubro 2011 Nadir Ferreira da Silva
Pensador