O Carnaval já passou e para muitos comerciantes o ano inicia a partir de agora. Levando em conta o prognóstico apresentado no mês passado pela Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o cenário está favorável ao setor. Acredita-se que o comércio deva crescer de 4,5% a 5% neste ano na comparação com 2011. Se confirmada, a expansão será maior do que a de outros setores de atividade, como a indústria, por exemplo, e também deverá ficar acima do crescimento geral do País, previsto para um intervalo de 3% a 3,5%.

Atento às informações dos economistas, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ourinhos, Diógenes Correa Leite, concorda com o clima otimista e acrescenta outro fator que deve colaborar com para o fomento do setor: o aumento do poder aquisitivo da população.

Segundo Correa Leite, o impacto do aumento do salário-mínimo será fundamental para esse desempenho diferenciado. “Acreditamos que a grande parte do dinheiro vai para o comércio, fazendo a moeda circular. O aumento do mínimo deve elevar o sentimento de compra do consumidor”.

A injeção de R$ 47 bilhões na economia oriundos do reajuste, além da crescente presença da classe C no mercado de consumo, deverá fazer do comércio o setor com melhor desempenho no Brasil em 2012.

O dirigente destaca ainda as novas medidas de incentivo à economia adotadas pelo governo, como a redução da carga do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para uma série de produtos, entre eles eletrodomésticos da linha branca, como geladeiras e fogões. "Tenho certeza de que, permanecendo esse cenário, o governo deve manter esse estímulo e ainda criar outros", comentou.

A CNDL já pediu a extensão do benefício para o setor de móveis, mas até agora não obteve resposta do governo. "Todos os produtos de maior valor agregado vão precisar de mais incentivo para as vendas", disse o dirigente.