FALTA DE MATURIDADE

Nadir Ferreira da Silva 18/03/2012 - 15:55:12 Artigos

Aos meus 17 anos, estudando, pais presente, tudo que precisava era atendido dentro do possível.

Era filho único, não havia disputa nem a quem meus pais pudessem comparar. Há três anos namorava Letícia também com 17 anos, éramos verdadeiramente apaixonados. Nossos pais aprovavam o namoro, inclusive sempre diziam: quando tiverem maioridade e continuarem com essa dedicação mutua, casamento será um acontecimento normal. No último ano do 2º grau, inclusive as tarefas escolares para casa era por nós elaborados. Papai possuía uma chácara onde nos fins de semana era obrigatório passar sábado e domingo, usando da paz lá oferecida, coisa que na cidade não existia. Os pais de Letícia, boa amizade, a convite as vezes fazia companhia durante a estada na chácara. Letícia eterna companheira sempre estávamos juntos. Na escola poucas amizades, pois não sobrava espaço devido nossa aproximação. Lembro-me bem, tinha amizades com uns três rapazes, o mesmo com Letícia, suas amigas eram no máximo três. Porém, quando tem algo a acontecer existe uma força para tal acontecimento. Entre as amigas da minha namorada existia a Flávia que era a mais chegada, inclusive as vezes fazia visita em sua casa e na conversa entre elas surgia meu nome. A Flávia dizia: admirar a amizade nossa inclusive era por todos na escola comentada. Gostaria de ter uma amizade dessas, porém não é fácil, principalmente nos dias atuais que os rapazes só querem ficar sem nenhum compromisso. Um dia Letícia e sua mãe foram pousar na chácara, com isso faltou à aula. Flávia vendo eu só aproximou-se e ao saber que a Letícia estava ausente aproveitou para fazer um convite para sairmos a noite. Inicialmente recusei, porém, após muita insistência resolvi aceitar, afinal que mal teria em passear um pouco. Na hora marcada encontramos e fomos tomar sorvete, depois já algumas cervejas. Flávia não satisfeita disse: bem que poderíamos ir a algum lugar mais discreto, inclusive longe dos olhares de pessoas curiosas as quais poderão levar ao conhecimento da Letícia. Eu já no efeito da cerveja concordei, quando me dei conta já estava no interior de um Motel. Quando percebi suas reais intenções já era tarde, lá estava ela na cama seminua convidando ao sexo. Diante da situação nada mais pude fazer, a vontade da carne venceu. O tempo passou isto uns dois meses, ninguém mais tocava no assunto. Flávia estranhando algumas alterações em seu corpo comunicou sua mãe esta levou ao médico e este constatou gravidez. O pai da Flavia muito influente na sociedade decidiu pelo casamento meu com a Flávia. Os pais da Letícia sabendo do ocorrido a mandaram para casa de um parente em uma cidade longe. Dentro de pouco tempo já estava casado e vivendo com Flavia. Nunca me esqueci da Letícia, inclusive muitas vezes a noite em sonho chamava por ela e era acordado pela Flavia brava e pedindo para esquecer aquele amor antigo. Decorrido uns quinze anos resolvi fazer uma excursão, onde incluía uma viagem de trem na serra do mar. O trem era composto de uns cinco vagões e entre eles havia um que era destinado a orquestra a qual executava aquelas melodias durante a viagem. Estando nós, eu Flavia e as duas filhas em um vagão na frente, resolvi ir ate o local onde estava a música, convidei Flavia e as meninas, ninguém interessou, então fui só. Lá chegando notei diversos casais apreciando as melodias, daí deparei com a Letícia, logo ela já me reconheceu, saudou-me e apresentou-me um senhor dizendo este é o Jorge meu marido e estas meninas aqui comigo são minhas filhas. Perguntou-me como eu estava, porém, logo chegou à estação em que eles desceriam, onde despedimos. Voltei ao meu lugar, nada disse a Flavia do encontro, pensei que não seria bom, preferi poupar ela do aborrecimento.

Qualquer semelhança será mera coincidência

Ourinhos março 2012 Nadir Ferreira da Silva - Pensador

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