AGUAS PASSADAS

Nadir Ferreira da Silva 25/03/2012 - 20:51:28 Artigos

Fui adotada com apenas 20 dias de vida por um casal que desejava ter um filho biológico, mais devido anormalidades estavam impedido de realizar o desejo, então para resolver a situação, em comum acordo resolveram adotar uma criança, porém, optou por recém-nascido, condição esta que facilitaria aos ensinamentos que gostariam que a criança recebesse daí ficava totalmente ligados a eles como filho legitimo. Entraram na fila de espera e logo, me receberam, eu ganhei um lar, pai e mãe. Papai trabalhava autônomo, mãe em um cartório de registro civil.Durante o dia ficava aos cuidados de uma baba, a noite recebia os carinhos da mamãe, a qual demonstrava muito afeto e carinho,era feliz. Papai sempre ausente em função do seu trabalho. O tempo foi passando, eu crescendo agora já na escola, sempre aos cuidados da baba. Maria a baba muita dedicada com esse tratamento sempre fomos boas amigas, tinha ela como minha protetora. Devido ausência da mamãe, tudo que aprendi foi com ela. Como na vida tudo tem um fim, a minha convivência com a Maria também um dia findou. Aos 14 anos, devido mudança, Maria foi residir em outra cidade, com isso fomos separadas. Mamãe resolveu ficar sem empregada ficando eu só em casa até a hora da escola, quando regressava mamãe já estava, haja vista que saia do serviço às 17 horas. Na escola fiz amizade com algumas colegas, dentre ela à Olga, pois sempre próxima éramos confidentes. Na época tínhamos 15 anos, na frente da escola havia uma praça, local onde os alunos ficavam após a aula, ali conversando daí aparecia alguns rapazes fazendo companhia a nós. Edgar tinha 18 anos demonstrava uma dedicação para comigo, surgindo um namoro e sempre na praça eram nossos encontros. Um dia quando nos se beijava, meu pai passou de carro. Quando cheguei em casa foi aquele sermão, disse ele: nunca mais quero ver você com aquele ou outro homem qualquer senão terei que tomar outras providências. Fiquei bastante aborrecida afinal não fazia nada de errado. Falei com a mamãe sobre a proibição, está ainda deu razão ao papai e disse: toma cuidado com essas amizades por ai, sempre resulta mal. No dia seguinte falei com o Edgar e ele estranhou a atitude do velho, porém, fazer o que, vamos se encontrando escondido até ver no que vai dar. Um dia sem aula fiquei em casa, logo papai apareceu me fechou no quarto e queria forçar eu ter relações sexuais com ele. Defendi-me o quanto pude mais ele com sua força rasgou toda minha roupa e dizia você vai ser minha, graças a Deus mamãe apareceu. Vendo os gritos fez abrir a porta, ele deitado e minha roupa toda rasgada, perguntou: o que esta acontecendo aqui e ele falou? Essa menina é um perigo, pois queria ter relação comigo a qualquer custo, não me deixaram falar, mamãe acreditou nele e ainda disse, olhe sua vadia, pega agora tua roupa e saia desta casa, pois você não vai estragar meu casamento. Chorando pequei a mala e fui até a casa da Olga, lá contei o ocorrido e os pais dela me acolheram. No dia seguinte Edgar soube da historia, foi até onde eu estava e me convidou para ir falar com os pais dele. Fui bem recebida, bons velhos concordaram a minha união com seu filho. Daí em com 17 anos e o Edgar com 24 anos começamos vida nova. Foi um mau pedaço que passei em minha vida, porém, tudo terminou bem, hoje fazem 11 anos que tudo isto aconteceu. Eu e Edgar vivemos bem e felizes, temos duas lindas filhas, moramos em outra cidade, os pais dele moram também próximos a nós. Fiquei sabendo que mamãe com o passar dos tempos soube da verdade e se vive junto ao pai adotivo e só de aparência, inclusive de cama separada. Considero essa ocorrência como “Águas Passadas”

Ourinhos, março 2012 Nadir Ferreira da Silva Pensador


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