GAROTA DE 15 ANOS MORADORA EM OURINHOS FOGE PARA NAMORAR EM BAURU

JC - Bauru 29/03/2012 - 19:08:33 Noticias

Moradora de Ourinhos veio a Bauru para conhecer rapaz de 23 anos, mas foi recebida pela PM e Conselho Tutelar.

Por: Tisa Moraes
JORNAL CIDADE DE BAURU

Após discutir com a mãe, uma moradora de Ourinhos de 15 anos arrumou as malas e tomou um ônibus com destino a Bauru, na manhã de ontem, para conhecer o namorado virtual. A garota não conhecia pessoalmente o rapaz, um descendente indígena de 23 anos que vive em Avaí e com quem ela se relacionava pela internet há cerca de um mês.

Ao desembarcar no Terminal Rodoviário de Bauru, entretanto, a jovem se deparou com a Polícia Militar (PM) e o Conselho Tutelar (CT), que foram acionados por sua mãe, em Ourinhos. A viagem, de 130 quilômetros de distância, foi em vão e a adolescente se viu obrigada a tomar o ônibus de volta para casa, por volta do meio-dia.
À PM, o namorado informou que não havia marcado um encontro com a garota. Ele só teria sido informado da visita quando ela enviou uma mensagem por celular dizendo que estava a caminho de Bauru.

O rapaz foi até a rodoviária na companhia da mãe, que acabou pagando a passagem de volta para a “nora” até Ourinhos. “Pelo que soubemos, a mãe da menina sabia da existência deste relacionamento. Ela já teria, inclusive, conversado com ele por telefone, mesmo sem a filha conhecê-lo pessoalmente”, comenta o tenente Vinicius Sayki, comandante interino 4ª Companhia da PM.

O tamanho da mala que a jovem trouxe indicava que ela não pretendia voltar tão cedo para casa. “Ela veio até Bauru e pretendia ficar na casa do namorado, em Avaí. Mas, pela rapidez com que a mãe informou a polícia, conseguimos abordar a adolescente logo após o desembarque na rodoviária”, frisa Sayki, acrescentando que, pela forma como o caso ocorreu, não foi registrado boletim de ocorrência contra o rapaz de 23 anos. De acordo com a conselheira tutelar Viviane Scarabelo, a menina, o namorado e os pais do casal foram orientados pessoalmente e por telefone sobre os riscos que a atitude intempestiva da jovem poderia provocar. “Ela ficou nervosa quando viu que seu plano tinha sido frustrado, mas expliquei que ela deveria viajar apenas com a autorização da mãe. Caso contrário, poderia trazer problemas ao namorado, que é uma pessoa adulta”, destaca.

Embora, pela legislação, somente crianças menores de 12 anos precisem de autorização judicial para viajar sem a companhia dos pais, o fato de uma adolescente de 15 anos ir ao encontro de um homem de 23 anos sem o consentimento do responsável poderia configurar corrupção de menores. Viviane observa que este tipo de ocorrência é extremamente incomum na cidade, ainda que os relacionamentos virtuais tenham se tornado uma realidade cada vez mais presente na vida dos jovens.

SUPERVISÃO

Por este motivo, a orientação é que os pais sempre supervisionem as atividades dos filhos da internet. No caso de ontem, os responsáveis, aparentemente, eram presentes na vida dos filhos, mas nem mesmo isso conseguiu evitar um comportamento de rebeldia. A psicóloga clínica Gretta Rodrigues de Souza explica que o ideal é que o diálogo e a proximidade sejam desenvolvidos desde a tenra infância para criar uma relação de confiança com os filhos. “É a única forma de saber o que os filhos estão fazendo. Eles precisam ter os pais como referência e se sentir confortáveis para dividir com eles os mais diversos assuntos”, pondera. Ela destaca que, na adolescência, também é possível estabelecer a amizade e a parceria familiar. Neste caso, a relação de confiança não irá se estabelecer de um modo objetivo, como uma conversa de meia hora com a criança sobre o uso da internet.

A recomendação é implantar, mesmo que forçadamente, momentos de interação, como jogos em casa ou passeios. “No começo, pode parecer algo mecânico mas, depois se torna prazeroso e realmente aproxima pais e filhos. A confiança terá de ser conquistada aos poucos”, revela. Como medida emergencial, no entanto, Gretta diz que os pais podem exigir as senhas dos filhos, bloquear o acesso a sites e instalar programas espiões no computador para rastrear as atividades dos filhos na internet. “A partir do momento em que existe uma incerteza quanto à segurança dos filhos, qualquer ferramenta vale. O importante é não deixar que eles se exponham a riscos que possam prejudicá-los futuramente”, salienta.

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