Polícia recolhe computadores e documentos de uma lanchonete em Campinas (SP) na manhã desta segunda-feira

Foto: Denny Cesare/Futura Press
ROSE MARY DE SOUZA
Direto de Campinas

A Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP) de São Paulo, cumprem, desde as primeiras horas desta manhã de segunda-feira, 29 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão em Campinas, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor, no interior do Estado. Segundo o MP, os acusados têm envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas.

Até as 15h, 27 pessoas tinham sido detidas. Mais de 320 policiais militares participaram da ação, em 121 viaturas. Foram apreendidos um fuzil, seis espingarda, três granadas, coletes à prova de balas pertencente a uma empresa de valores e 77 kg de drogas, entre maconha e cocaína. Segundo a PM, houve um momento de tensão quando um homem, acusado de ser líder do PCC em Monte Mor, fez a mulher e a filha reféns, mas após o cerco policial se entregou.

Segundo o major da PM Marci Elber, foram feitas 27 prisões pela operação coordenada pela Policia Militar em Campinas em outras cidades da região. Os suspeitos foram levados para o quartel do Comando de Policiamento do Interior (CPI-2), logo depois encaminhados ao 1º Distrito da Polícia Civil. Em seguida, eles seriam levados para um centro de detenção provisória.

Entre os suspeitos, está um membro de uma torcida organizada e um empresário de uma rede de lanchonete, apontado pelo Ministério Publico por envolvimento com tráfico de drogas. Ele seria amigo de um traficante conhecido como Sheik do Pó. A polícia esteve na sede da torcida organizada e deteve dois homens. Os agentes também foram na casa do empresário Sergio Simione, no condomínio Alphaville, que guarda residências de alto padrão, mas ninguém foi encontrado. De acordo com o major Elber, Simione já foi detido outra vez acusado de associação ao tráfico de drogas.

O major disse ainda não ser possível classificar todos como integrantes do PCC, mas não descarta o alto poder de organização e estrutura entre eles. "Sabemos que conseguimos retirar das ruas elementos de alta periculosidade", afirmou.