Ao contrário dos prestadores de serviços, os comerciantes da região central de Ourinhos sempre deixaram a desejar no quesito dinamismo, mas nos últimos anos estão exagerando. Eles não têm disponibilizado vários produtos à pronta entrega para a população, obrigando o povo a pagar e ter que esperar para receber a sua mercadoria, ou até mesmo procurar em outras cidades ou comprar pela internet, fato que impede a circulação de dinheiro na cidade, minando gradativamente o desenvolvimento do município.
É claro que devido a diversidade de produtos e até mesmo pela quantidade solicitada, muitas lojas trabalham com encomendas, isso é compreensível. Todavia é inadmissível entrar em uma filial de um grande magazine e não encontrar nem metade dos itens que eles anunciam em seus sites. É questionável também uma loja expor um produto, atrair a atenção do consumidor e não ter para entregar de imediato.
Para a maioria das pessoas, é muito fácil entrar em um site e encomendar um produto. Mas se fosse para fazer isso, o cidadão não iria sair do conforto de sua casa e procurar o comércio para fazer suas compras. Ele faz isso porque pretende adquirir o produto no ato. O mau exemplo, iniciado pelos grandes magazines, se estende agora aos pequenos comércios e é preciso "dar um basta" nessa prática. Além dos preços altos praticados, principalmente por conta dos valores absurdos dos aluguéis que estes empresários pagam pelos seus pontos no centro da cidade, a falta de produtos nas lojas de Ourinhos decepciona.
Contudo, o pior é entrar em uma loja, ser recebido pelo vendedor, ele apresentar as características do produto e depois informar que não tem em estoque. Isso é como jogar um balde de água na cabeça do consumidor, que volta para a sua casa decepcionado e certamente, da próxima vez que for fazer uma compra, vai pensar duas vezes antes de subir no centro da cidade e gastar "sola de sapato" à toa, pois mesmo que seja feita a encomenda, a sensação de decepção é certa, já que quem paga por um produto quer levá-lo.
Os conceitos de logística vieram para otimizar a distribuição de mercadorias, pois, em suma, conceitua-se que um estoque com baixa rotatividade é um investimento proporcionalmente com baixo lucro, e até mesmo sem nenhum lucro ou efetivo prejuízo, no entanto, questionamos até onde é moral se obter lucro em detrimento do bem estar do outro, visto que ao se comprar algo encomendado, pagando-se a vista, destina-se um recurso a uma empresa que utiliza-se de um dinheiro que ainda não lhe pertence, pois a contrapartida não foi cumprida, já que o bem adquirido ainda não foi entregue.
A impressão que temos atualmente, é que em Ourinhos nada tem em estoque e isso está desanimando muita gente a comprar em nosso comércio. É preciso que os comerciantes locais não sigam o exemplo das grandes lojas, as quais só visam lucro, e voltem a investir em estoques que possam atender satisfatoriamente os clientes, pois do contrário, pouco a pouco, as pessoas deixarão de ser consumidores e passarão a ser compradores pela internet.

Fonte: JPOVO.COM.BR