Prezado Leitor,

Assim como a medicina humana evoluiu para as especialidades, a medicina veterinária segue o mesmo modelo. Com o crescente avanço na área científica, houve uma necessidade do clínico de pequenos animais em buscar mais conhecimentos em determinada área e então surgiram as especialidades veterinária. Mas o caminho para se tornar especialista é longo. Não basta apenas anos de experiência, é necessário passar por um curso de pós-graduação reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para se obter o certificado e tornar-se especialista. Atualmente, temos especialistas nas mais diversas áreas como cirurgia ortopédica, anestesia, cardiologia, oncologia, odontologia, dermatologia, nefrologia, terapia intensiva, enfim, para cada setor da medicina veterinária de pequenos animais, existe um especialista que estará apto a desenvolver seu trabalho. No artigo anterior, quando citei que a alma dos estabelecimentos está na figura do médico veterinário, neste eu escrevo que a alma de excelentes estabelecimentos está na união de vários especialistas que compõem o corpo clínico e cirúrgico. Nos tempos modernos, não temos mais espaços para as dúvidas de diagnóstico das doenças – temos que ter a certeza do que estamos fazendo. A partir do momento que os proprietários de animais nos contratam para cuidar de seus estimados mascotes é nosso dever fazer o máximo por eles e isto inclui o uso de todo o conhecimento e equipamentos para diagnosticar as doenças e tratá-las da maneira mais adequada. Essa cobrança da sociedade associado ao crescente aumento do poder tecnológico para o diagnóstico de doenças que trouxe a figura do especialista à tona, que é profissional de determinada área da medicina veterinária que tem todo o conhecimento necessário para tornar isso uma realidade. Trocando por miúdos prezados leitores: “Cada macaco no seu galho”. Não menosprezo o conhecimento de nenhum colega, muito pelo contrário, que isto sirva de incentivo para que a busca por conhecimento e a união seja cada vez maior, pois dez cabeças pensam melhor que uma ou duas. Se fosse algo tão ruim, os médicos não teriam se especializado e muito menos se unido formando as grandes equipes dos mais conceituados hospitais do país. O que tento explicar nestas palavras é que doenças anteriormente nunca diagnosticadas, talvez pela falta da tecnologia que permitisse esse poder, são cada vez mais frequentes e que associada a exigência de nossos clientes e fácil acesso aos meios de pesquisa – não é incomum o proprietário de animais durante a consulta questionar o médico veterinário sobre determinado assunto que ele pesquisou na internet - fez com a nossa responsabilidade aumentasse cada dia mais. Assim, cabe ao médico veterinário adequar-se ao mercado e procurar responder sempre à altura da exigência do seu cliente para o bem de nossos amigos de quatro patas. Na próxima semana nos aproximaremos ainda mais das especialidades falando sobre algumas áreas mais específicas.

Um grande abraço a todos

Prof. Esp. Renato Saliba
Clínico Geral do Centro Médico Veterinário de Ourinhos
Professor de Clínica Médica e Emergência da Faculdade de Medicina Veterinária Roque Quagliato/FIO/FEMM.