POLÍCIA INVESTIGA MÁFIA DO DPVAT EM HOSPITAL

TA NO SITE - on line 03/06/2011 - 11:07:45

02/06/2011 - Polícia Civil cumpre mandados de busca e apreensão em dois endereços; advogado é investigado...

A delegada Margareth Mota disse que não há dúvidas da participação de funcionários do hospital nas fraudes

A Polícia Civil confirmou ontem que investiga uma série de denúncias de fraude contra o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat), conhecido como Seguro Obrigatório, pago à vítimas de acidentes de trânsito que teriam sido atendidas no Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Santo Antônio da Platina. De acordo com a polícia, ao menos três pessoas estariam envolvidas no crime. As fraudes eram cometidas desde 2009. Ontem, investigadores da 38ª Delegacia Regional de Polícia Civil, comandados pela delegada Margareth Alferes de Oliveira Mota, cumpriram mandados de busca e apreensão em dois endereços na cidade. As diligências recolheram documentos no Hospital Nossa Senhora da Saúde no escritório do advogado Álvaro José da Silva Barbosa. O advogado é filho do provedor do hospital, José Barbosa Filho. Conforme a delegada, as denúncias de fraudes estavam sendo investigadas há quatro meses desde que o consórcio que administra os recursos das seguradoras denunciaram os primeiros indícios de irregularidades. Segundo Margareth Mota, cinco processos já teriam sido concluídos e os valores da indenização pagos. E vários outros foram ou estariam sendo encaminhados para eventual pedido de indenização. Os valores liberados não foram divulgados pela polícia, mas a reportagem da Tribuna do Vale e do Tanosite.com conseguiu apurar que em cada transação eram desviados R$ 2,7 mil, valor máximo pago pelo seguro para vítimas de acidente com gravidade máxima. A polícia acredita que os envolvidos fraudavam a documentação do Dpvat através de procurações frias ou assinadas sem o conhecimento das vítimas de acidente. O grupo também falsificava assinaturas de socorristas do Corpo de Bombeiros que atendiam as vítimas de acidentes. Entre as falsificações aparecem a assinatura do comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Alecsander Dornellas, de vários médicos e fisioterapeutas. Com os documentos, os investigados recebiam o dinheiro que deveriam cobrir as despesas médicas e hospitalares prestadas pela casa de saúde às vítimas de acidente. Segundo a delegada, o advogado Álvaro Barbosa está sendo investigado pela participação nas fraudes. Ele ainda não foi ouvido oficialmente. No entanto, ela explicou que Barbosa não foi indiciado, assim como os outros envolvidos no caso. A chefe da delegacia de polícia disse que não há dúvidas da ligação de funcionários ou pessoas próximas à direção do hospital nas fraudes. Segundo ela, sem a participação de alguém de dentro do hospital não haveria como fraudar os pedidos de indenização. Margareth Mota explicou que já foram abertos três inquéritos para investigar as fraudes, mas ela ainda pretende ouvir mais pessoas, inclusive médicos e funcionários do hospital. Ela pretende analisar toda a documentação recolhida hoje e iniciar o indiciamento dos suspeitos. Procurado ontem, no começo da noite, o advogado Álvaro José da Silva Barbosa disse que só vai se pronunciar depois de conhecer o teor das denúncias. “Primeiro quero saber do que sou acusado. Posteriormente, vou conversar com meu advogado e, se for o caso, me pronunciar”, disse. O provedor do Hospital Nossa Senhora da Saúde, José Barbosa Filho disse que não tem conhecimento de qualquer irregularidade cometida dentro da casa de saúde. O diretor explicou que nunca percebeu qualquer indício de fraude junto ao Seguro Obrigatório que envolvesse a casa de saúde. “Estou aberto para qualquer esclarecimento”, afirmou.



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