VIVER EM COMUNIDADE

Nadir Ferreira da Silva 24/07/2011 - 19:02:15 Artigos

Residíamos em uma Comunidade Católica, papai era o caseiro, mamãe professora. Quatro irmãs, eu Simone, minhas irmãs: Salete, Sandra e Santa, todas com idade escolar, estudávamos também na própria Comunidade, e que nossa professora era nossa mãe. Para o trabalho, mamãe muito dedicada, estudiosa, facilidade de transmitir seus conhecimentos a seus alunos, todos tinha facilidade de aprender o que ela ensinava. Como só existia a escola da Comunidade, todas as crianças que residiam nos arredores da mesma freqüentava durante a semana, isto é de 2ª a 6ª feira. Na Comunidade existiam eventos e reuniões quase todos os finais de semana, com estes acontecimentos, papai pouco saia de casa, pois sendo o caseiro era o responsável pela organização e preparação do salão destinado as reuniões. Assim sendo, nos também pouco saíamos, inclusive tínhamos compromissos em ajudar a mamãe nos afazeres de casa. Mamãe sempre falava que assim como ela, gostaria também que nos fossemos educadoras. Como não existiam muitas opções para nós, respeitávamos suas vontades e trabalhava estudando para ser professora quando crescêssemos. O tempo passava, eu era a caçula, assim logo que atingiram maioridades todas as irmãs se cassaram, ficando solteira somente eu... Com o casamento cada uma das irmãs foram morar em lugares diferentes. Completei 20 anos de idade, mamãe aposentou-se, eu preenchi sua vaga e de acordo a vontade dela tornei-me professora. Logo papai veio a falecer, razão disso na Comunidade novo caseiro foi nomeado, daí fomos forçados a sair, eu e mamãe, indo morar numa cidade próxima onde continuei lecionando no grupo escolar ali existente. Conheci Artur , moço, 25 anos, trabalhador que após 2 anos de namoro unimos pelo enlace matrimonial. Decorrido um ano fiquei grávida e veio o nosso filho Artur Filho, quando repentinamente mamãe também veio a falecer! Foi difícil, pois a ausência da mamãe mexeu muito comigo, graças a Deus que o Artur, bom esposo, compreensivo me dava muita atenção e sempre estava a meu lado, me consolando e procurando fazer eu olhar a vida de frente. Superado está fase negra de minha vida, outro filho, agora João em memória do avô, meu pai, graças a Deus todos os dois com boa saúde. Para melhores conhecimentos entrei na faculdade, onde consegui fazer letras, cujo curso serviu para que eu fosse promovida e atualmente sou diretora do estabelecimento de ensino onde eu era professora. Artur filho com quinze anos, João com treze, meu esposo trabalhando e junto conseguimos comprar nossa casa e um automóvel, alias foi realizado um velho sonho da família a aquisição do carro. Artur pai trabalhava como vendedor de bebidas (refrigerantes) fabricado na cidade, e assim vivíamos em paz e felizes, pois os obstáculos haviam sido todos transpostos. Infelizmente tudo tem um fim, daí nossa felicidade também um dia acabou. Meu marido saiu para o trabalho, eu para a escola, os filhos também para os estudos... Repentinamente recebi um telefonema que havia acontecido uma coisa desagradável ao meu esposo, pois os ladrões roubaram o carro e mataram ele, e que o corpo estava já no IML para as providências de praxe em casos semelhantes. Nos dias seguintes ao sepultamento foram muitos difíceis, pois além da dor ainda tinha que estar consolando os filhos, afinal eles e o pai tinha uma amizade muito próxima e saudável. Hoje estou vivendo ainda com os meninos, todos trabalhando, eu esperando a aposentadoria e eles ainda solteiros... De vez em quando minhas irmãs fazem visitas e assim vou levando a vida até o dia que Deus o permitir, depois irei para junto do homem que amei, afinal ele foi o meu primeiro e único namorado.

Ourinhos janeiro 2011 Nadir Ferreira da Silva Pensador
Email: nadirferreirasilva@hotmail.com

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