CONTOS E ESTORIAS

Nadir Ferreira da Silva 03/10/2011 - 20:47:46 Artigos

Até os anos de 1950, com a ausência de televisão nos lares brasileiros, rádio era raríssimo quem possuía um aparelho, haja vista de que no Lugarejo em que morávamos , era de uma população aproximadamente 150 famílias, e somente um senhor fiscal do Estado possuía aparelho, ainda movido a pilha, a qual devido seu alto custo forçava que o mesmo fosse pouco usado. Em razões da falta da televisão, as rodinhas de pessoas todas as tardes e ao anoitecer eram freqüentes, após o jantar os homens elegiam um lugar central e lá as reuniões eram constantes. Cada participante contava um causo ou uma história (estória), e as vezes algumas piadas e mentiras, com as quais todos se divertiam e soltavam gostosas gargalhadas em função do efeito produzido pela maneira em que era narrada a tal estória. Como eram em grandes números os participantes do ato, todos riam e se divertiam entre si. Era comuns casos de assombração, de violência, de susto, de pessoas que já haviam falecidas, de passeio mal sucedido, negócios mal feitos, outros com grandes lucros, de aquisição de bens, enfim, assuntos para contarem nunca faltavam. Lembramos ainda, que uma vez, apareceu no lugarejo um cigano vendendo um cavalo, por sinal, belo animal, forte, gordo, aparentemente novo. Como todos ali reunidos possuíam animais, todos interessaram pelo animal. Daí começou a disputa entre eles pela aquisição daquele belo animal. Entre os interessados estava meu pai, o qual foi o que comprou o animal. Mais antes de fechar o negócio sempre havia muitas perguntas sobre as reais condições de saúde da espécie negociada. Entre as perguntas havia a mais importante, a qual constituía em saber se não havia algum defeito, que era sempre contestado pelo cigano e dizendo que o defeito estava na vista de todos, daí vinha os exames rigorosos, nada constatando o negócio foi fechado. Após o negócio realizado o cigano partiu. Decorrido alguns dias o meu pai descobriu o defeito, pois o animal não enxergava de uma das vistas. Dentro do comentário, todos foram unânimes em dizer que o cigano não mentiu, faltou foi atenção em sua afirmativa.. É mais uma história que ocorreu durante minha infância.

Ourinhos novembro 2010 Nadir Ferreira da Silva – Pensador
E-mail: nadirferreirasilva@hotmail.com

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