CAMINHADA

Nadir Ferreira da Silva 25/11/2010 - 10:53:18 Artigos

Numa tarde, fazendo minha caminhada a fim de dar condição física ao meu corpo, o qual talvez pela idade já apresenta algumas dificuldades nas articulações, que com os movimentos que fazemos sentimos que as dores desaparecem e a circulação do sangue tem uma melhora acentuada. Sempre fazia minha caminhada num mesmo lugar, talvez fosse motivado pelo costume. Ontem, não sabendo por que, qual a razão resolvi fazer novo traçado, daí entrei em uma velha estrada a qual no seu final sairia em um grande lago, cujo local bem arborizado com muitas árvores, principalmente ao redor das águas ali existente, que ao receber a proteção da mata que circunda o lago, sua água sempre fresca, pois devido as ramagens fica totalmente protegidas dos raios solares. As margens do lago existem pedras, as quais devidas suas dimensões muitas delas oferece as pessoas que por ali passam conforto em sentar sobre elas e aproveitar para repouso. Ao aproximar das rochas notei sentado sobre uma delas um senhor (ancião), o qual estava sozinho. Logo ao aproximar notei que ele estava meditando, fiquei um bom tempo observando seus gestos, pois ele elevava seus olhares para o alto, suas mãos postas em sinal de oração, todos estes movimentos eram contínuos. Respeitando seu silêncio, fiquei também, embora na sua frente, mais sem perturbar sua meditação. Após alguns minutos aquele senhor olhou para mim e disse: bem vindo meu filho, estava a tua espera, observação está que me deixou complexo, pois nunca havia visto aquele homem em minhas caminhadas, enfim, respondi a ele: que bom, então vamos conversar, inclusive aproveitar este silêncio que o lugar nós proporciona. Meu filho, minha missão aqui é dialogar com as pessoas, ouvir suas histórias, seu modo de vida, orientar quando necessário, enfim, tudo o que fizer bem ao próximo, procuro ajudar em suas concretizações. Meus encontros são planejados, nunca perco tempo com coisas banais, pois minha missão, para cumpri-la tenho em muitos casos agir com certa presa, isto inclusive para evitar que alguns irmãos, por falta de orientação ofereça facilidade para ação do maligno... O meu trabalho é abrangente, justamente nesse momento em que estou em tua companhia já estou recebendo ordem para atender outro irmão que se encontra em situação difícil. Meu filho, a você só tenho a dizer, continue na caminhada que escolheu, pois além de socorrer os irmãos necessitados, está também recebendo as merecidas recompensas, a qual se resume em viver bem, alegre, com disposição, ter amigos, freqüentar só lugar que nunca alguém venha te censurar pelos teus atos... Bem, já é tarde, tenho que andar, pois para mim o dia está só começando, isto em razão dos lugares que estão esperando e precisando de minha presença. Assim, a última recomendação: continue assim, pois tua luta não será em vão, alguém muito satisfeito com tua conduta está te abençoando diuturnamente. Fazendo este último comentário aquele ancião levantou-se da pedra, despediu dizendo “adeus” e desapareceu na curva da estrada. Não sei por que mais não se identificamos, assim, não soube seu nome e nem ele perguntou o meu. Notei que sua área era positiva e exalava muita confiança, razão que ainda hoje tenho boas recordações e saudade daquele diálogo. Esta narrativa teve origem em tempo que me entrego a meditação, pois a força mental é tão grande que conseguimos se desligar das coisas materiais, daí o resultado do momento nos traz muita paz.

Ourinhos, novembro 2010
Nadir Ferreira da Silva - Pensador

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