O curso é dividido em teoria na parte da manhã e atividades práticas pela tarde. As professoras passarão pela capacitação um dia todo a cada dois meses até o fim do ano. A capacitação para a educação infantil está sendo oferecida pela administração municipal através de duas profissionais especializadas.

Professoras da educação infantil, monitoras de desenvolvimento infantil e auxiliares docentes estão participando de um programa de capacitação em Espírito Santo do Turvo. O primeiro encontro aconteceu em fevereiro e o segundo na última sexta-feira, 11 de maio. As profissionais da EMEI Doce Anjo e Creche Municipal Maycon Douglas Godoy Américo que estão sendo capacitadas.
A primeira fase do curso, em fevereiro, as educadoras aprenderam sobre desenvolvimento infantil. O foco foi às atividades que mais contribuem para o desenvolvimento das crianças de cada faixa etária. Foi abordado de quatro meses até 6 anos.
“Orientamos para que elas conheçam essas crianças e possam propor um trabalho que realmente promova o desenvolvimento”, disse Renata Aparecida Dezzo Singulani, umas das responsáveis pelo curso.
Renata é coordenadora pedagógica nas creches de Santa Cruz do Rio Pardo e doutoranda da Unesp de Marília, onde realiza estudo sobre crianças de 0 a 3 anos. Ela também é representante do Fórum Regional de Educação Infantil.
A profissional já realiza a capacitação em Santa Cruz junto de Adriana Pereira Borges Scudeler. Elas foram chamadas pela administração de Espírito Santo para realizar o curso na cidade. Adriana é diretora de creche em Santa Cruz.
Renata explicou que o encontro do dia 11 de maio teve como tema o percurso do desenho. “Foi estudado como se dá o desenvolvimento do desenho da criança e como o professor fazendo a leitura desse processo propõe intervenções para promover o desenvolvimento do desenho da criança”, disse.
Também foi discutido quais as ações que o professor pode ter com as crianças no sentido de ampliar a sua percepção das coisas, do mundo e com isso enriquecer o desenho. “A ideia é não se limitar àqueles desenhos estereotipados onde a criança só fica pintando um desenho pronto, mas sim que promova a criação, que dê condições para que a criança crie e avance no seu desenho”, argumenta.
Durante a tarde as profissionais colocaram a “mão na massa” e confeccionaram ferramentas para serem utilizadas na sala de aula. O trabalho prático constou da confecção de livros de recortes de revistas e plastificados. Além disso, as professoras costuraram um painel de tecido para os livros serem guardados ao alcance das crianças.
“São livros de recortes de revistas e também podem ser feitos com fotos das crianças.
É importante que o aluno tenha o contato com o livro e com um material para que eles pudessem manusear livremente sem ter o que estragar e rasgar. É para começar desde bebezinho o contato com o livro, para ter o prazer da leitura futuramente”, afirma.
Resultados – A capacitadora Renata lembra que o trabalho já foi realizado por um ano em Santa Cruz do Rio Pardo e a melhora é perceptível. “Dá resultado. Percebemos que as crianças aprendem a folhar e lidar com esse material e para a educadora também é importante ela ter instrumentos para a sua prática. Percebemos nos relatos que elas nos passam. Facilita e contribui. Melhora as condições de trabalho para ela enquanto educadora e ao mesmo tempo proporciona desenvolvimento para as crianças. Em santa cruz as professoras já estão recriando as ferramentas”, relata.
Adriana, que também é capacitadora, disse que a diferença é grande onde existe este trabalho. “Além do conhecimento que essas profissionais já possuem é preciso uma formação contínua, como em toda profissão. A criança está em desenvolvimento e é preciso conhecer o desenvolvimento da criança”, afirmou.
A coordenadora da EMEI Doce Anjo, Carolina Paulino Tavares Gasparini, foi quem conheceu o trabalho de Renata e Adriana e resolveu trazer para Espírito Santo do Turvo. “No primeiro momento achei interessante a própria criação de material para enriquecer o que as educadoras podem oferecer para as crianças com materiais que elas mesmo produzem, e assim não se limitar ao material comprado”, revela.
Carolina afirmou que o encontro de fevereiro já foi muito enriquecedor e o segundo encontro em maio complementa um trabalho já desenvolvido na escola. “No segundo encontro foi optado pelo tema do desenho e histórias infantis, para as professoras saberem perceberem o percurso do desenho da criança e intervir quando é necessário. Já a confecção dos livros ajuda no nosso projeto da hora da leitura. Neste projeto a escola toda para duas vezes por dia para as crianças ouvirem histórias e manusearem os livros”, relata.