18/12/2010 - Duas pessoas foram atropeladas. Um policial escapou de ser atingido por duas vezes durante a perseguição. O jo...

Duas pessoas foram atropeladas. Um policial escapou de ser atingido por duas vezes durante a perseguição. O jovem é seguidor da seita Santo Daime e aparentemente estava sob efeito do alucinógeno. Um caso que movimentou todo o efetivo policial de Jacarezinho na manhã deste sábado (18) mais parecia cena de cinema. Um jovem jacarezinhense, seguidor da seita Santo Daime, furtou um carro em uma cidade vizinha e seguiu para Jacarezinho. Houve perseguição por várias ruas da cidade e duas tentativas de bloqueio por parte dos policiais militares. A ocorrência só terminou dentro da capela do santuário da Mãe Rainha no Jardim Panorama, onde o jovem Luiz Adolfo Réis foi detido por quatro PMs. Durante o acompanhamento tático da PM, o jovem atropelou um motoqueiro, arrebentou o portão do santuário e atropelou o vigia do local. As vítimas foram levadas para o pronto socorro e não correm risco de morte. Um tiro foi disparado pela polícia no pneu do carro que Luiz dirigia. Segundo o advogado do jovem informou na delegacia, ontem (17) foi tentado de todas as maneiras possíveis a internação. Como não havia um mandado expedido pela justiça, o jovem não pode ser detido pelos policiais para o internamento em uma clínica médica. Os policiais receberam bastantes denúncias de que o jovem era usuário de drogas. A suspeita é de que Luiz estaria sob efeito do Ayahuasca (Chá de Santo Daime). O chá na sua tradução da linguagem Quéchua, significa chá de espírito.

SANTO DAIME
O chá de Santo Daime é um alucinógeno. Tal propriedade se deve à presença nas folhas da chacrona de uma substância alucinógena denominada N,N-dimetiltriptamina (DMT). O DMT é destruído pelo organismo por meio da enzima monoaminaoxidase (MAO). No entanto, o caapi possui uma substância capaz de bloquear os efeitos da MAO: a harmalina. Desse modo, o DMT tem sua ação alucinógena intensificada e prolongada.

ALUCINÓGENOS
Outras plantas amazônicas também possuem DMT e são utilizadas por diversas tribos indígenas como um modo de experiência religiosa. Entre estas estão a jurema (Mimosa hostilis) e o yopo (Anadenanthera colubrina). A jurema é consumida na forma de chá, enquanto as sementes do yopo são maceradas e seu pó, consumido pela via intranasal (cheirado).

PERSEGUIÇÃO
Com aviso à polícia de que um carro havia sido furtado em Cambará, os PMs tentaram o bloqueio na entrada da cidade, mas o jovem já havia passado e estava em sua casa, como informou a mãe aos policiais por telefone. Na tentativa de conter o jovem em sua residência na rua Major Infante nº 1246, na vila Alves, uma viatura foi até o local. Na casa, o jovem arrancou com o carro da garagem, e por centímetros não atropelou o soldado Procópio, mas acabou atingindo a viatura. Todas as equipes de plantão foram acionadas e começaram a perseguir o jovem que aparentemente estava alucinado. Cinco viaturas participaram do cerco. Por várias ruas, o jovem seguiu sendo acompanhado de perto pelos policiais. Próximo ao corpo de bombeiros, os policiais armaram um bloqueio para tentar conter o jovem, mas ele arremessou o carro contra o soldado Procópio pela segunda vez e novamente atingiu a viatura. No cruzamento das ruas Dr. Costa Junior com Quintino Bocaiúva, Luiz atropelou um motoqueiro. Pela Rua Dom Fernando Taddey, o jovem desceu na contramão sentido vila Setti causando riscos à população, e seguiu para o Santuário da Mãe Rainha. No caminho, em local onde não apresentava perigo à população, os policiais tentaram conter o jovem com um tiro no pneu, mas mesmo com o pneu furado, ele seguiu fugindo. No Santuário, o portão que estava fechado foi arrancado pelo jovem que atropelou o vigia do local e parou em frente a capela. As viaturas chegaram em seguida e pararam logo atrás. Os policiais entraram na capela onde o jovem ameaçava a todo momento os policiais desferindo palavras e ameaçando ataques. Quatro policiais foram até o jovem e o dominaram, colocando algemas e um ponto final na situação. Luiz foi levado para a delegacia onde foi elaborado o boletim de ocorrência do fato.