Vacina AstraZeneca: quais os sintomas, as reações e os possíveis efeitos colaterais entre vacinados?
Anvisa alerta contra uso exagerado do paracetamol para alívio de dores e febre após a vacinação, e especialistas vetam uso de anti-inflamatórios como aspirina, diclofenaco ou ibuprofeno.
A vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, produzida no Brasil em parceria com a Fiocruz, tem apresentado reações – já previstas na bula – em parte dos vacinados.
De acordo com os dados reunidos nos estudos clínicos de fase 3, os efeitos colaterais mais comuns associados à vacina foram:
- Sensibilidade no local da injeção (relatada por mais de 60% dos voluntários);
- Dor no local da injeção, dor de cabeça e fadiga (relatadas por mais de 50% dos voluntários);
- Dor no corpo e mal-estar (relatadas por mais de 40% dos voluntários);
- Febre e calafrios (relatados por mais de 30% dos voluntários);
- Dor nas articulações e náusea (relatadas por mais de 20% dos voluntários).
A maioria das reações adversas foi de intensidade leve a moderada e normalmente resolvida poucos dias após a vacinação. As reações adversas foram mais frequentes após a primeira dose da vacina.
Um efeito colateral incomum é o inchaço das glândulas na axila ou no pescoço, no mesmo lado do braço onde foi aplicada a vacina. Isso pode durar cerca de 10 dias, mas, se durar mais, consulte seu médico.
As reações adversas foram geralmente mais leves e relatadas de forma menos frequente em idosos (com 65 anos de idade ou mais).
Os medicamentos mais recomendados para reações à vacina são paracetamol e dipirona. Algumas pessoas têm sensibilidade à dipirona, não conseguem tomar, então elas devem ficar com o paracetamol", explica a farmacêutica e bioquímica Laura Marise, doutora pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e cofundadora do canal "Nunca vi 1 Cientista", na rede social "YouTube".
Mas atenção: em 27 de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou para os riscos do uso indiscriminado de paracetamol para os efeitos colaterais da vacina de Oxford.
A agência recomendou que "o uso do medicamento deve ser feito com cautela, sempre observando a dose máxima diária e o intervalo entre as doses, conforme as recomendações contidas na bula, para cada faixa etária". Em adultos, por exemplo, a dose máxima de paracetamol é de 4g/dia.
Já anti-inflamatórios – como aspirina, diclofenaco ou ibuprofeno – não são recomendados, explica Laura Marise.
"No início de uma infecção ou no desenvolvimento da imunidade contra a vacina, a gente precisa que o processo inflamatório aconteça, porque é o processo inflamatório que vai desencadear toda a resposta imunológica nesse caso", diz a farmacêutica Laura Marise.
Mas calma: se você já tomou um comprimido de ibuprofeno, é provável que o remédio não vá comprometer os efeitos da vacina.
"O maior problema, nesse caso, para evitar, é uma questão recorrente, de ter que tomar vários comprimidos, porque fica vários dias com dor no corpo e febre – nesse caso, se tiver que tomar mais vezes, é melhor realmente evitar todos os anti-inflamatórios de forma geral", recomenda a farmacêutica.