Ao que parece Rádio Melodia é sinônimo de vereador Inácio J. B. Filho, que o diga um dos apoiadores (ora jornalista, ora cineasta prestador de serviços sem licitação para a própria Câmara Municipal) do edil, que transcreveu o discurso do vereador recentemente.
Durante um pronunciamento exaltado na sessão desta segunda-feira (14), o vereador Inácio da Rádio Melodia (PT) se embananou novamente e deixou entender que ele de fato é o suposto responsável pelo recebimento de verbas da rádio Melodia e que as ofensas e xingamentos, proferidos por ele, a maioria no singular diga-se de passagem, lhe serviam. Acompanhe:
"Se eu estivesse para defender o meu dinheiro, Sr. presidente, ou qu..qu..quem (engasgou) eles falam aí, a situação seria outra", essa deu muito na cara.
"Imbecil são aqueles que estão querendo fazer a população de trouxa", imbecil? estaria o vereador falando e si próprio?
"O que nós estamos denunciando aqui, Sr. presidente, é justamente o que ladrão não gosta. Ladrão, gente sem vergonha, safado não gosta", seria isso uma auto denúncia?
"Essa imprensa que se preocupa com R$ 74 mil. Se eu recebi ou se eu não recebi", reclamou de ter sido veiculado pela imprensa os valores recebidos pela rádio que supostamente comanda.
O vereador ainda apresentou o quanto a Rádio Melodia recebeu da Prefeitura entre janeiro de 2012 e maio de 2015. O valor é mais alto ainda que os R$ 74 mil divulgados na imprensa. Inácio confessou que a rádio recebeu R$ 115.636 mil no período.
O corte desta verba certamente abalou financeiramente a emissora, justificando a cruzada iniciada por Inácio contra a imprensa da cidade que tem veiculado o Caso Rádio Melodia, investigado pelo Ministério Público e que pode levar a cassação do vereador.
Mesmo sobre vaias e xingamentos dos manifestantes que querem a redução de salários dos vereadores, Inácio não se importou, tratou de fazer o seu discurso pessoal sem dar uma palavra sobre redução de salários. A exemplo dos outros vereadores virou as costas para a população novamente.
Em apoio ao colega, o presidente Roberto Tasca (PR) aguardou o término do pronunciamento e encerrou novamente mais cedo a sessão.
Ainda não foi dessa vez que o munícipe Roberto Carrasco subiu na tribuna para falar sobre as reivindicações de vontade popular que pedem entre outras coisas a redução de salários dos vereadores, a extinção do cargo de assessor parlamentar na Câmara Municipal e a redução do número de cadeiras para 11 na próxima legislatura, 2017-2020.
Durante o encerramento o despreparado presidente Tasca, nervoso, cometeu mais uma gafe, declarando "presente" a sessão ao invés de encerrá-la. "Agradeço muito a proteção divina, a presença de todos e declaro presente a sessão". Fim.
Mas será que acabou mesmo? Pelo menos para o presidente Tasca a sessão continua presente.